Em troca de uma varredura da íris do seu olho, você recebe um valor em criptomoeda, ainda a ser revelado, na moeda Worldcoin, com base no ethereum blockchain. E o objetivo é distribuir moeda digital para pessoas ao redor do mundo, gerando maior aceitação dela.
O projeto pode ser assustador em um momento em que tópicos como privacidade permanecem na mesa para a coleta de dados biométricos pessoais, mas o que é certo é que mais de 130.000 pessoas concordaram em “vender” suas informações oculares em troca de criptomoedas. E a organização afirma que pretende atingir um bilhão de pessoas nos próximos dois anos.
A Worldcoin distribuiu cerca de 30 dispositivos de escaneamento de íris, que foram apelidados de “Orbs”, para os primeiros usuários, espalhados por quatro continentes. Eles são recompensados por ter mais pessoas registradas. Basicamente, os olhos dos usuários são fotografados, criando um código único que pode ser usado para reivindicar seus valores em criptomoedas gratuitamente.
Nos próximos meses, mais algumas centenas de Orbs serão distribuídos, em uma média que pode chegar a 4.000 equipamentos por mês. A rede de criptomoedas deve ser criada no início do próximo ano, quando os respectivos valores chegarão às pessoas que “venderam” as impressões dos olhos.
Obviamente, a ideia já recebeu críticas, principalmente porque os próprios criadores ainda não têm certeza sobre o retorno do projeto. Ainda assim, o cofundador da Worldcoin, Alex Blania, nega que o projeto possa invadir a privacidade das pessoas e afirma que os Orbs apenas convertem as íris em sequências únicas de letras e números antes de apagar permanentemente as imagens. Esse código só será usado para verificar se determinada pessoa já reivindicou seu “prêmio”, informa a empresa responsável à Ars Technica. Ele também argumenta que, mesmo se tivesse seu código de íris, ele não teria a chance de descobrir a identidade da respectiva pessoa no blockchain.
A equipe que administra a Worldcoin levantou $ 25 milhões em capital de risco, incluindo investidores que defendem a distribuição universal de um valor básico, ou seja, o conceito de dar às pessoas dinheiro de graça em uma base regular. A Worldcoin planeja gerar 10 bilhões de tokens no total, sendo 80% para usuários, 10% para investidores da empresa e outros 10% para uma fundação que será responsável pela fabricação dos Orbs e pelo desenvolvimento da rede.
Nos primeiros dois anos de operação, o Worldcoin espera alcançar mais de um bilhão de usuários, mantendo o ritmo com as varreduras que estão sendo feitas. Curiosamente, o usuário mais produtivo do Orbit é o Chile, que já atraiu mais de 10 mil pessoas. Este chileno contratou 20 pessoas para trabalhar em turnos para manter o fluxo.