Os consumidores em todo o mundo estão sentindo a escalada de preços de vários produtos em suas carteiras. Mas se você já sente que tudo está mais caro, do supermercado ao combustível, saiba que o pior pode estar por vir.
A agência Bloomberg contactou várias empresas e todas relatam as mesmas dificuldades e a previsão e como consequência um aumento dos preços.
A Unilever, fabricante de produtos como Dove ou Magnum, elevou os preços em mais de 4% em média no último trimestre, o maior salto desde 2012, e ressalta que a alta dos preços continuará no próximo ano.
Um cenário semelhante vem de grandes fabricantes de produtos de consumo líderes, como Nestlé, Procter & Gamble ou Danone.
“Vamos enfrentar pelo menos mais 12 meses de pressão inflacionária”, disse o CEO da Unilever, Alan Jope, em entrevista à Bloomberg Television. “Estamos em um ambiente inflacionário que ocorre uma vez a cada duas décadas.”
As empresas estão lutando com um “coquetel” assustador de problemas da cadeia de suprimentos, agravado pela escalada dos preços de energia, matérias-primas, embalagens e transporte.
Embora a maioria dos fabricantes de bens de consumo tenha expressado confiança de que serão capazes de limitar o impacto de longo prazo sobre a lucratividade, isso significa que as consequências serão sentidas pelos consumidores, com os preços aumentando à medida que o Natal se aproxima.
“Esta é uma história consistente em todo o mundo”, disse Jennifer Lee, economista da BMO Capital Markets. “É algo a que os consumidores precisam se conformar.”
Os consumidores em mercados emergentes enfrentaram os maiores aumentos na inflação. A Nestlé aumentou os preços nesses países em 2,6% nos primeiros nove meses do ano.
A Danone também percebeu que os consumidores da Europa e dos Estados Unidos não vão fugir dessa tendência, prevendo que os custos aumentem cerca de 9% no segundo semestre.