Nesta segunda-feira, o governo brasileiro nomeou o veterinário Laurício Monteiro Cruz como novo diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, liderando as discussões sobre a estratégia de vacinação contra o covid-19.
A indicação foi publicada no Diário Oficial da União e foi assinada pelo Ministro interino da Saúde do Brasil, General Eduardo Pazuello.
O departamento que Monteiro Cruz assumirá agora é responsável pelo Programa Nacional de Imunização do Brasil, incluindo campanhas de vacinação e distribuição de imunizantes em todo o Brasil, um elemento-chave no combate à pandemia covid-19.
O novo diretor preside o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito Federal, que inclui a capital, Brasília, e é funcionário da Secretaria de Saúde daquele governo distrital desde 1989, segundo a Plataforma Lattes, que reúne currículos de pesquisadores brasileiros .
Monteiro Cruz é mestre em medicina veterinária pela Universidade de Brasília e tem especialização em vigilância sanitária, com foco em leishmaniose visceral em cães.
A indicação do médico veterinário Cruz foi questionada pelo ex-secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.
“Nada contra o veterinário, mas essa pessoa que eles colocam para coordenar o Programa Nacional de Imunizações é um veterinário sem experiência em imunização. É uma pena que estejamos vendo esse desmantelamento da Secretaria de Vigilância em Saúde ”, disse Oliveira, citado pelo jornal Jornal.
Monteiro Cruz ocupará o lugar de Marcelo Wada, também graduado em Medicina Veterinária, mas com mestrado em saúde coletiva e que foi funcionário de carreira do Ministério da Saúde. Também se especializou em epidemiologia na Johns Hopkins University, nos Estados Unidos, uma das maiores referências acadêmicas no estudo da pandemia covid-19.
O Brasil tem um total de 120.828 mortes e 3.862.311 casos de infecção pelo novo coronavírus, sendo o segundo país do mundo com o maior número de infectados e mortos, atrás apenas dos Estados Unidos da América.
Com cerca de 212 milhões de habitantes e um elevado número de casos, o país sul-americano é considerado um laboratório ideal para testar várias vacinas potenciais, e as empresas farmacêuticas agora procuram verificar sua eficácia e segurança.
Há duas semanas, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão supervisionado pelo Ministério da Saúde, aprovou o início dos ensaios clínicos no Brasil de uma nova vacina contra o covid-19, a quarta a ser experimentada no país contra os vírus.
A multinacional Johnson & Johnson recebeu autorização para testar sua vacina em estudos clínicos na fase três (com milhares de pessoas), o que já está sendo feito no Brasil com imunizantes desenvolvidos pelo Reino Unido (AstraZeneca e Oxford University), China (Sinovac Biotech) e o consórcio BioNTech (Alemanha) e Wyeth / Pfizer (NOS).
Na semana passada, o Governo do Estado do Paraná informou que deve apresentar à Anvisa, nos próximos 30 dias, o protocolo de validação da fase três dos estudos clínicos da vacina russa no país.