O PSD perdeu votos de Seka, e analistas dizem que é por isso que a região está preocupada com Garcia. Em muitos aspectos, a sua campanha parece menos sobre o seu sucesso – o PSD não dirige a Amadora há anos – mas mais sobre a mudança da imagem do partido para aumentar a seriedade política.
Marina Costa Lobo, cientista política da Universidade de Lisboa, afirmou: “É um sinal de que estão a tentar se comprometer com a ideologia da extrema direita”.
De sua parte, a Sra. Garcia diz que muitas vezes é mal compreendida. Numa entrevista, falou sobre ter crescido em Moçambique (onde o seu pai era geógrafo), e vindo para Portugal com 12 anos, experiência que lhe deu uma visão do desafio de ser um imigrante africano. Apesar de ser branca, ela afirma ter descendência negra (de uma avó), lembrando que muitos de seus parentes são mais morenos que ela.
Em seus programas de TV, a Sra. Garcia, 45, está em um tom diferente. Em 2016, ela se tornou uma comentarista do programa de televisão focado no crime “SOS 24” e logo se tornou conhecida por sua linguagem provocativa e estilo de discussão acalorado, que muitas vezes incluía gritar com aqueles que discordavam dela no estúdio. Crimes de ódio são um de seus tópicos mais insensíveis.
Em 2019, Luis Giovanni Dance Santos Rodriguez, um estudante cabo-verdiano de 21 anos, voltava para casa de uma festa quando um grupo de homens armados com cintos o cercou e seus amigos. Eles são o senhor Dose espancou Santos, que morreu no hospital alguns dias depois.
A Sra. Garcia entrou no debate que se seguiu sobre se o ataque deveria ser considerado um crime de ódio.