O presidente dos EUA, Donald Trump, em entrevista ao Washington Post, confirmou que ordenou um ataque cibernético militar secreto contra robôs russos para interromper o acesso à internet durante as eleições de senador e vice-2018.
É a primeira vez que Trump reconhece um ataque ao IRA russo (sigla para Internet Research Agency), que o governo dos EUA considerou uma fazenda de trolls e acusado de se intrometer nas eleições de 2016 (presidencial) e 2018 (termo) no país.
Perguntado pelo colunista Marc Thiessen – porta-voz do presidente George W. Bush e secretário de Defesa Donald Rumsfeld – se ele aprovou a operação, Trump disse: “Certo”. O texto foi divulgado na última sexta-feira (10), mas até agora nem a Casa Branca nem o Pentágono confirmaram a operação, que é classificada como confidencial.
Durante a entrevista, o presidente dos Estados Unidos disse que, em 2016, o ex-presidente Barack Obama sabia antes das eleições que a Rússia estava “brincando” com os Estados Unidos.
“Se ele saiu ou não [informado], quem sabe? E ele não disse nada. E a razão pela qual ele não disse nada foi porque ele não queria mencionar isso porque achou que sim. [Hillary Clinton] ele ganhou porque leu pesquisas por telefone. Então ele pensou que ia vencer, mas silenciamos a maioria que disse ‘não, queremos Trump’ ”, disse ele em entrevista.
Trump diz que, ao contrário de Obama, ele ordenou que os serviços de inteligência atuassem para impedir a interferência russa nas eleições de 2018 ao lançar um ataque cibernético. “Olha, nós o paramos”, disse ele a Thiessen.
Administração Obama pediu publicamente explicações ao presidente russo Vladimir Putin em outubro de 2016 pela invasão de computadores democráticos. Em dezembro de 2016, o então presidente dos EUA sanções impostas à Rússia por sua interferência nas eleições presidenciais expulsou alguns diplomatas em retaliação.
O Washington Post informou pela primeira vez a existência do ataque em outubro de 2018, mas o governo nunca o confirmou.
Em uma entrevista na sexta-feira, Trump disse que o ataque cibernético fazia parte de uma política mais ampla de lidar com a Rússia. “Ninguém era mais rigoroso que a Rússia do que eu”, disse ele. A admissão ocorre apesar dos temores de que o país tente suspender a eleição presidencial dos EUA prevista para este ano.