Vítor Oliveira apresenta a sua ideia com uma pequena joia na mão. É uma das ofertas que integram o startup CRE-MAR, um serviço de cremação que oferece a possibilidade de transformar as cinzas de entes queridos em diamante. É também a única startup relacionada à morte em exibição no Web Summit deste ano.
“Queremos promover cerimônias fúnebres menos dolorosas e permitir que fiquemos com nosso ente querido”, explica o fundador da startup.
O objetivo do CRE-MAR é até mesmo retirar as tradicionais cerimônias fúnebres, tratando do processo de cremação do cadáver sem embalsamar o corpo ou a presença de familiares.
A ideia surgiu num período traumático: em 2017, Vítor Oliveira perdeu um filho durante a gravidez e, enquanto os pais aprenderam a lidar com a dor – “a perda de um filho é o mais doloroso” – tiveram ao mesmo tempo, a lidar com o processo funeral. Ele lembra que teve dificuldades em agendar o serviço fúnebre, tendo sido forçado a ir pessoalmente à casa funerária para escolher um caixão.
Depois desta experiência, Vítor Oliveira decidiu criar um projecto que pretende simplificar a autópsia e aliviar o peso da família neste momento difícil. O atendimento é solicitado por meio de formulário online e, em duas horas, o CRE-MAR se dirige ao local onde a pessoa faleceu para recolher o cadáver e levá-lo ao crematório.
Se a família quiser guardar uma memória especial de seu ente querido, a startup coleta as cinzas e as transforma em diamantes. O processo ocorre na Suíça e pode levar cerca de seis meses para ser concluído.
“Os diamantes ficam azulados com a extração do boro”, diz Vítor Oliveira ao mostrar um exemplar.
Essa opção de eternizar seu ente querido não acontece só com as cinzas. Uma amostra de cabelo também pode ser usada para fazer o diamante.