SÃO PAULO (Reuters) – O Tribunal de Contas da União decidiu nesta quarta-feira proibir o Banco do Brasil de anunciar em sites que exibem notícias falsas.
A decisão do ministro do TCU, Bruno Dantas, atendeu a uma solicitação do Ministério Público, que supostamente fez interferência desnecessária na área de mídia do banco por Carlos Bolsonar, filho do presidente Jair Bolsonar.
Entre os motivos do pedido, o MP citou a proposta do chefe de departamento de comunicações do Palácio do Planalto Fábi Wajngarten de que o banco revise a suspensão de anúncios no site Jornal da Cidade Online, condenado por divulgar notícias falsas, após críticas a Carlos Bolsonaro.
“Uma acusação muito séria … de que os fundos do Banco do Brasil estão sendo usados para financiar sites, blogs e redes sociais dedicadas à criação de conteúdo falso conhecido e à difusão de notícias falsas e discursos de ódio determina inquestionavelmente a jurisdição desta Conta Federal para investigar”, diz ele. é um trecho da decisão do TCU.
O TCU também decidiu encaminhar uma cópia do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar notícias falsas, difamação e ameaças contra os membros do Supremo Tribunal e suas famílias.
Em uma nota, o BB confirmou que havia adquirido espaço de mídia no referido site, suspenso após um aviso, mas reverteu a decisão porque a ferramenta de mídia foi contratada para definir sites para anúncios com garantia de não permitir a colocação de anúncios em sites que fornecem afirmações falsas.
“O BB não incentiva a divulgação de notícias falsas, ao mesmo tempo em que condiciona seus anúncios comerciais a acordos editoriais com conteúdo publicado em qualquer agência de mídia”, afirmou o banco em nota.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal cumpriu ordens para procurar e apreender aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonar no contexto de uma investigação de notícias falsas.
(Reportado por Lisandra Paraguassu e Aluísio Alves)