Grupos tribais afirmam que a decisão do Supremo Tribunal Federal será importante na busca pela proteção dos direitos às terras indígenas.
A Suprema Corte do Brasil suspendeu na quarta-feira um caso de direitos à terra de alto perfil que diz que é importante para a sobrevivência dos povos indígenas na nação sul-americana, e não há nova data para reconsiderar o assunto.
A Suprema Corte pondera se um governo estadual usou uma definição excessivamente restrita de direitos tribais ao reconhecer apenas as terras tribais ocupadas por comunidades tribais na época em que a constituição brasileira foi adotada em 1988.
Grupos de direitos indígenas dizem que a disposição é inconstitucional porque a constituição de 1988, que garante o direito aos direitos indígenas, carece de prazo.
O processo foi suspenso porque um dos juízes, Alexandre Moraes, pediu mais tempo.
Até o momento, dois membros do tribunal de 11 membros decidiram até o momento, com um juiz votando a favor da data limite para reivindicações de terras e o outro votando pelo fim do prazo.
O governo do presidente de extrema direita Jair Bolsanaro conta com o apoio do setor agrícola, que defende amplamente o prazo. Ele forneceu proteção legal aos agricultores que viveram por décadas em terras habitadas por povos indígenas.
Os promotores dizem que as terras indígenas protegidas servem como um baluarte contra o desmatamento na Amazônia.
Os críticos dizem que a derrota no tribunal para os povos indígenas abrirá um precedente para a revogação dos direitos de Bolsanaro, apoiados por poderosos interesses agrários.
Defensores dos povos indígenas, que somam cerca de 850.000 no Brasil hoje, dizem que a constituição não especifica um prazo para estabelecer os direitos ancestrais à terra na educação.
Seus ancestrais foram expulsos das terras caçadas quando os colonos europeus começaram a chegar, muitos séculos atrás, ou foram recentemente expulsos das terras agrícolas desejadas, mas antes do corte de 1988.
Em muitos casos, as famílias de camponeses brancos vivem em terras reivindicadas pelas comunidades tribais há décadas e, em alguns casos, até possuem o título que mostra que as compraram do estado.
“Se o Supremo Tribunal Federal não mantiver o prazo de 1988 … vai destruir os negócios do agronegócio no Brasil e não haverá incentivo para investir na agricultura”, disse Bolzano recentemente.