O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (12) que respeita o limite superior do gasto público e buscará soluções para destravar a economia brasileira diante da nova pandemia do coronavírus.
“Respeitamos o limite superior de gastos. Queremos responsabilidade fiscal. E o Brasil pode realmente ser um dos países que melhor responderá à crise”, afirmou.
Falando na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente indicou avanços na política de privatização de empresas públicas.
“O Brasil vai bem. A economia está reagindo e aqui decidimos focar mais nossas forças no bem comum, que queremos progresso e desenvolvimento”, disse.
A afirmação foi feita na presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, e titulares de carteiras da área econômica, além do prefeito da Câmara, Rodrigo Mai (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbra (DEM-AP).
Segundo assessores da presidência, o discurso teve como objetivo um gesto público a Guedes, um dia depois de ocorrido um “estouro” na equipe do Ministério da Economia.
As saídas tornaram mais explícita a divergência de Guedes com ministros como Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).
O convite na mídia é uma atitude rara do presidente que raramente convida jornalistas para uma apresentação pública durante seu mandato.
Nos últimos meses, ele até evitou falar com repórteres na entrada da residência oficial.
Após o discurso, foi agendada uma reunião do presidente na presença de três ministros. A ideia é tentar amenizar os conflitos e silenciar o tom.
Há expectativa no Congresso de que o encontro sirva ao governo para alinhar o discurso às medidas econômicas que pretende tomar.
Marinho defendeu o aumento dos gastos com obras de saneamento, ao contrário do discurso de Guedes na tentativa de organizar projetos de lei.
O medo da equipe econômica é que isso leve a um estouro do teto de gastos.
Nesta terça (11). Guedes e Maia confirmaram que o executivo não tomará nenhuma medida que implique afrouxamento dos limites de gastos públicos.
Duas vítimas recentes foram Salim Mattar (privatização), que cuidou do plano de privatizações do governo, e Paulo Uebel (Desburocratização), responsável pela reforma administrativa, que visa a reestruturação do serviço público.