visitantes da montanha-russa Montezum, do Parque de Diversões Hopi Dia, no interior de São Paulo, se surpreenderam com a falha do brinquedo no fim de semana. Nas imagens que circulam por redes sociais é possível ver pessoas embarcou em um carrinho estacionado no meio da pista. Um deles parece estar segurando uma trava de segurança solta.
Ninguém ficou ferido e todos na atração foram desembarcados com segurança enquanto caminhavam pelas trilhas. Mas o caso levantou algumas questões: o que torna um slide seguro? O que acontecerá a uma pessoa se a trava de segurança for quebrada? As respostas a ambas as perguntas estão na ciência.
O professor de física Rodrigo Parreira, da Anglo de São José do Rio Preto (SP), explica que acessórios de segurança obrigatórios em brinquedos como esse – como fechaduras e cintos – usados próximos ao corpo humano causam atrito, a força da física que nos prende à cadeira de rodas .
Portanto, no caso do Hopi Dia, se o carro não tivesse parado nos trilhos enquanto subia a montanha-russa, poderia ter ocorrido um acidente grave.
Sem trava, isso não significa que a pessoa será obrigatoriamente atirada para fora do brinquedo, mas as forças que a prendem são reduzidas e aumentam o risco de que isso aconteça. Se o passageiro estiver sem trava e sem cinto de segurança, é certo que não haverá como ele ficar na prisão ”, explica.
Parreira lembra que a ciência por trás do brinquedo envolve uma propriedade da física chamada inércia e afeta todos os corpos.
(Portanto, nosso corpo tende a sempre seguir uma linha reta. Por exemplo, se descemos em uma montanha-russa e descemos em uma curva, a tendência é seguir em frente, mas a força do carro, e o fato de nós estão amarrados e travados, o que nos faz girar juntos ”, explica. “É por isso que sentimos nosso corpo balançar e damos aquela descarga de adrenalina.”
No caso do fim de semana, o parque informou que os visitantes da montanha-russa contam com fechadura, cinto de segurança e poltronas com geometria e antepara lateral para “ajudar na contenção”.
Física da montanha-russa
1. Na primeira subida, a cadeira de rodas acumula a energia necessária para cobrir todo o fluxo do escorregador. Essa energia é chamada de potencial e quanto maior esse primeiro aumento, mais energia se acumula.
2. A gravidade natural da Terra empurra o trem para baixo, criando velocidade para que toda a jornada seja concluída sem parar o carrinho.
3. Outra energia presente em uma montanha-russa é a cinética relacionada ao movimento. Desde a primeira descida, a energia potencial é convertida em energia cinética o que torna o carrinho mais rápido, facilitando a conclusão do ciclo.
4. G ou força gravitacional atua diretamente sobre o corpo do visitante, mantendo-o em uma cadeira de rodas. Pode ser negativo (nas baixas) ou positivo (nas altas).
5. Quando o carrinho estiver próximo ao final da rota, o sistema irá freios aciona o sensor. Na maioria dos escorregadores, os freios funcionam com grampos presos aos trilhos que reduzem a resistência do carrinho até que ele pare completamente.