Após meses de falhas, inações, demissões e falta de manutenção que transformaram a Cinemateca – uma agência federal – em uma possível bomba incendiária em São Paulo, uma luz opaca de esperança apareceu no projetor.
O município de SP, Bruno Covas, através do SPCine, e a Câmara Municipal de SP, decidiram ajudar a agência a pagar as contas e retornar à atividade em breve.
Algumas contas já estão sendo pagas.
Os primeiros objetivos, além do pagamento de salários atrasados, são reativar o sistema de segurança e vigilância, realocar bombeiros no local e continuar a manter a maior coleção audiovisual da América do Sul.
A administração da cidade está até propondo o pagamento em atraso, que o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio e o ministro especial da Cultura Mário Frias se recusam a reconhecer.
Os dois parecem querer, de fato, transformar a Cinemateca no “bunker” da guerra cultural do agora apagado Olavo de Carvalho.
SPCine é uma entidade municipal de cinema e audiovisual criada em 2015 (governo de Fernando Haddad). Seu objetivo é promover e desenvolver o setor audiovisual em São Paulo.
Ah, pronto …
No entanto, foi suficiente para a Prefeitura de São Paulo agir para ajudar a entidade (administrada pela Fundação Roquette Pinto) que, nos bastidores da até então inútil Secretaria Especial de Cultura e do Ministério do Turismo (ao qual a Secretaria está sujeita), já existe um movimento contra a assistência municipal à agência.
No entanto, esse movimento será malsucedido porque nada impede que o município dê culturalmente.
Além disso, até os vereadores se envolveram na luta, e pelo menos 15 deles apresentaram emendas ao atribuir até 70.000 RW à agência de áudio-visual.
O cinema custa cerca de US $ 1,3 milhão por mês, e o governo federal deve a eles mais de US $ 14 milhões.
Além das omissões, o governo tentou rescindir o contrato sem ônus, que expira apenas em 2022. A Fundação Roquette Pinto, que dirigia a Cinemateca, foi a tribunal. O ministério público federal está investigando o “imbróglio”.
Os promotores querem saber as razões do fracasso e as tentativas do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (que anteriormente era responsável pela agência) de rescindir unilateralmente o contrato.
Outros políticos e oficiais, como o próprio ministro do Turismo e o atual ministro da Cultura, Mario Frias, bem como sua antecessora, Regina Duarte, também podem ser chamados para testemunhar e, possivelmente, ser responsabilizados.
Uma das propostas do governo – ainda com Regina Duarte como secretária – era fechar a Cinemateca até o final do ano e deixá-la com manutenção mínima.
Detalhes: A proposta era demitir todos os 150 funcionários da fundação que trabalhavam na agência, sem pagar os atrasados e além de toda a carga de emprego de Roquette Pinto (Acerp).
Não se surpreenda, leitores: realmente parece uma mistura de filmes surreais e de terror – e em um nível muito baixo.
Roquette Pinto também escreveu várias cartas, apontando os riscos da enorme coleção inflamável e a falta de manutenção e segurança, devido à falta de pagamento.
Ele está se mudando agora?
Depois de meses de silêncio, o ministro do turismo falou apenas depois que o MPF entrou no caso.
Em um vídeo divulgado junto com o secretário recém-nomeado Mario Frias, ele disse que os técnicos do ministério estavam “impedidos de entrar na Cinemateca e que um relatório policial precisa ser registrado”.
Foi uma tentativa obviamente patética de “sacrificar” seu ministério e o governo federal em face de uma fundação sem fins lucrativos “má” à qual ele deve dinheiro.
A realidade, de acordo com a coluna encontrada: os técnicos foram enviados apenas porque o ministro também teme que ele seja responsabilizado pelo exagero e possíveis ilegalidades cometidas no órgão federal – que estava anteriormente sob Weintraub, mas agora está sob sua total responsabilidade.