Depois de um primeiro semestre de desaceleração, o crescimento dos preços das casas acelerou novamente no terceiro trimestre deste ano, para quase 10%. Isso em um momento em que o número de casas vendidas e o valor total negociado dispararam, ultrapassando em muito os valores anteriores à pandemia.
Os dados foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que informa que, no terceiro trimestre de 2022, os preços da habitação aumentaram 9,9% face ao mesmo período do ano passado. Com isso, houve forte aceleração em relação ao primeiro e segundo trimestres do ano, quando os preços da habitação aumentaram 5,2% e 6,6%, respectivamente.
Tanto as moradias novas quanto as existentes contribuíram para esse movimento. No primeiro caso, houve alta de 9,5% nos preços, enquanto na habitação existente houve alta de 9,9%.
Com este comportamento no terceiro trimestre, a taxa de variação média anual do índice de preços da habitação situou-se em 7,6% nesse período, um acréscimo de 0,7 pontos percentuais face à taxa de variação registada no trimestre anterior. Foi a primeira vez, nos últimos cinco trimestres, que esta taxa se acelerou, sublinha o INE.
No período em análise foram vendidas 56.464 habitações, pelo valor total de 9362 milhões de euros. Ao todo, de Janeiro a Setembro deste ano, foram transaccionadas 153.076 moradias, pelo valor acumulado de 24.857 milhões de euros, valores que correspondem a acréscimos de 25% e 33%, respectivamente, face ao período homólogo. . Ainda na comparação com o período pré-pandêmico, a evolução é significativa: o número de residências vendidas aumentou 15% em relação aos primeiros nove meses de 2019, enquanto o valor transacionado cresceu mais 33%.
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O aumento dos preços e do número de casas transaccionadas foi transversal a todo o país, registando-se taxas de variação aceleradas em todas as regiões analisadas pelo INE. Destacam-se o Alentejo e a Madeira, com crescimento das vendas próximo de 40%.
Ao todo, de Janeiro a Setembro, foram vendidas 10.936 moradias na região do Alentejo, no valor total de 1.085 milhões de euros, valores que correspondem a aumentos de 35% e 44,5%, respectivamente, face ao período homólogo. Na Região Autónoma da Madeira foram vendidas neste período 3.108 moradias, por um valor agregado superior a 496 milhões de euros, o que representa acréscimos de 38,6% e 48,3%, respetivamente, face a 2020.
A Área Metropolitana de Lisboa, por outro lado, continua a ser a principal região do país, respondendo por quase um terço das moradias vendidas e perto de metade do valor transacionado. Nos primeiros nove meses do ano, foram vendidas nesta região 50.417 moradias, num total de 11.273 milhões de euros, valores que equivalem a acréscimos de 22% e 31% face ao ano anterior.