Aqueles que viajaram uma vez por ano certamente foram afetados pelas inseguranças provocadas pela nova pandemia de coronavírus. Por esse motivo, pesquisas encomendadas pelo mecanismo de busca da Hoteis.com tentaram entender como a mentalidade dos brasileiros mudou em relação às viagens após quase três meses de cativeiro.
O estudo, conduzido por uma pesquisa entre 15 e 24 de junho, constatou que 90% dos 500 entrevistados começaram a apreciar mais a possibilidade de viajar. É nas viagens que a maioria das pessoas pretende investir seu dinheiro quando tudo isso acabar, mais do que em roupas novas ou sair à noite com os amigos.
A pesquisa também destacou para onde os brasileiros pretendem ir e quais são seus principais medos em relação à retomada do turismo. Veja os principais dados coletados abaixo.
Viajar tornou-se sinônimo de bem-estar
A viagem será um remédio para quarentena? Os brasileiros acreditam que sim. Segundo a pesquisa, 89% dos entrevistados concordam que as viagens podem melhorar a saúde física e mental – e 49% pretendem viajar para esse fim no futuro.
A comida parece ter um papel importante nisso: 71% dizem que comer bem é um dos aspectos da viagem que contribui para melhorar o bem-estar. Outros fatores seriam a possibilidade de conhecer novas culturas (56%) e a possibilidade de exclusão das notícias (56%).
O estudo também tentou entender o que as pessoas esperam da primeira viagem após um coronavírus, e 69% disseram que queriam visitar novos lugares. Logo depois, houve um desejo de se sentir relaxado (67%) e ter a liberdade de fazer o que você deseja (62%).
O cuidado continua
Embora não estejam ansiosos para aliviar suas tensões psicológicas durante a viagem, os brasileiros ainda têm medo de sua saúde física: 55% dos entrevistados disseram que querem viajar, mas ainda têm medo de embarcar. Nesse sentido, 44% acreditam que se sentirão completamente seguros somente após o desenvolvimento de uma vacina ou medicamento para o covid-19.
Esse medo também se refletiu em outros dados de pesquisa. Por exemplo, 69% das pessoas disseram que, quando retornarem à viagem, trarão produtos de higiene, principalmente gel de álcool (81%), máscaras (60%) e lenços desinfetantes (50%).
Além disso, os viajantes serão mais exigentes com a limpeza ao escolher um resort ou hotel. Os entrevistados sentiram que, em um momento como esse, ter travesseiros macios ou servir boa comida era menos importante do que a aplicação diária de spray em gel ou troca de toalhas.
Outro indicador de cautela por parte dos consumidores é a duração da viagem. Antes do coronavírus, 37% dos brasileiros disseram passar um mês viajando. Após o final da pandemia, a duração da viagem deverá ser reduzida pela metade: 27% disseram que a próxima viagem será em apenas duas semanas.
Viagens de uma semana, comuns apenas para 7% dos entrevistados, também serão repetidas: 13% ficarão fora de casa por apenas sete dias após a passagem da pandemia.
O brasileiro quer uma praia
Parece que os passageiros mal podem esperar para colocar os pés na água. Quando perguntados sobre o tipo de viagem em que desejam embarcar, a maioria dos brasileiros com consultas (55%) respondeu que quer ir à praia. Nesse caso, uma praia brasileira.
47% disseram que sua primeira partida após o fim da pandemia de coronavírus seria em um destino nacional. Ainda segundo a pesquisa, a cidade que os brasileiros mais querem visitar é Florianópolis, que se tornou um exemplo na luta contra a covid-19 no país e recebeu 32% da intenção. Logo depois, outros destinos costeiros chegaram: Fortaleza com 29% dos votos e Rio de Janeiro com 22%.
Conhecido por oferecer milhares de comodidades, os resorts de praia também estão no topo da lista de desejos dos brasileiros (65%) ao escolher onde ficar. Eles são seguidos por casas de campo (52%), spas termais (49%), hotéis de luxo (45%) e propriedades de aluguel (45%).
China, de jeito nenhum
Apenas 19% dos brasileiros pretendem viajar para o exterior imediatamente. Nesse caso, os destinos mais desejáveis são os Estados Unidos (39%), seguidos por países europeus como Portugal (36%), Itália (24%) e França (19%).
A pesquisa também fez perguntas para quais cidades os entrevistados gostariam de ir, com Nova York (30%), Lisboa (30%) e Paris (28%) liderando o local. As escolhas são um pouco estranhas, pois 38% dos brasileiros dizem que evitarão visitar lugares lotados com destinos turísticos famosos.
Por outro lado, não houve inconsistência nos dados indicando o país e a cidade que os entrevistados menos desejam saber quando a pandemia termina. A China e sua capital, Pequim, estavam no final da lista de desejos de brasileiros, o que provavelmente levará tempo para separar o país do início da epidemia de coronavírus.