O Benfica está sem treinador. Não é exatamente uma força atual no futebol europeu, embora esteja nas principais páginas da história. Mas esse não seria um bom lugar para um treinador brasileiro?
O Benfica é um gigante em Portugal e sempre lutará por uma disputa de títulos nacionais com o Porto. Jogue em estádios lotados. Ele quase sempre está qualificado para jogar na Liga dos Campeões, onde toda a Europa vê tudo o que é feito. Estamos falando da elite da elite. A linguagem é a mesma que a nossa, apesar das pequenas diferenças, o que facilita a comunicação. Lisboa é a primeira cidade do mundo, com um clima ameno e cozinha variada.
Quem não recebe este pacote?
Mas o problema dos técnicos brasileiros é diferente: ninguém os quer aqui.
Após a demissão de Bruno Lage, os canais desportivos portugueses passaram quase o dia inteiro com uma faixa na tela: “Quem será o próximo treinador do Benfica?”
Olha, é difícil até conseguir o número de nomes que ouvi de memória. Meu favorito é Jorge Jesus, mas todo mundo sabe que atualmente é impossível tirá-lo do Flamengo. Como muitos técnicos portugueses estão espalhados pelos principais centros europeus, muitos nomes “locais” são exibidos, como Marco Silva, Leonardo Jardim ou Vítor Pereiro. Argentinos? Eles falam sobre Pochettin, Gallard e até Biels.
Mas brasileiros … nada!
Luiz Felipe Scolari poderia aparecer nas listas, mas descobri que o nome não muda para Benfica. Felipão aceitaria imediatamente o convite. Com um regresso a Portugal, onde brilhou, respeitou e tem filhos e netos, seria outra oportunidade de trabalhar a alto nível europeu.
Scolari não é mencionado aqui nas discussões. Ele não é brasileiro
Embora isso não seja surpreendente, não podemos conviver com essas informações considerando-as “normais”. Isso não é normal. Como a escola brasileira chegou a esse ponto? Não estou dizendo que todos os treinadores brasileiros são péssimos. Não é desse jeito. Como eu disse e repito, a classe é tanto uma vítima quanto um vilão, dentro da roda terrível que gira nosso futebol.
Tem gente boa, sim. Mas a nível europeu?
Só saberíamos se eles viessem. E o Benfica não se arrisca. Os treinadores brasileiros entrarão no mercado de elite somente quando começarem de baixo. Quanto eles estão dispostos a ganhar menos do que ganham no Brasil (a propósito, nem todo mundo realmente ganha, certo?), Quanto eles frequentam os cursos que precisam ser realizados, quando aprendem idiomas, quando percebem que precisam dar um passo atrás, digamos, tentam dar um pouco frente. E estar entre os melhores, por que diabos!
Falta ambição e coragem, mais do que possibilidades. Faltam demonstrações de qualidade. Quando estão desempregados, nossos treinadores vêm aqui passar uma semana assistindo ao treinamento de Zidane, conversando com Ancelotti e tomando café com Guardiola, mas não estudando, investindo em suas carreiras e participando de cursos da UEFA. Eles não provocam autoconfiança ou admiração.
Até nossos jogadores estão começando a sofrer mais do que no passado, quando chegam aqui com grotescos atrasos em formação. Mas como são talentos incríveis, valem o investimento. Alguns funcionam, outros seguem o caminho.
Ninguém quer saber sobre o treinador brasileiro. Nem em Portugal.