Por muito tempo, os balões foram considerados ferramentas voltadas principalmente para estudos meteorológicos. Esse cenário está mudando recentemente, dizem os cientistas NOSSO e outras instituições os consideram ferramentas de grande importância para a exploração espacial – principalmente na Antártica, ambiente cujas condições extremas são excelentes para estudos desse tipo.
Na verdade, balões de tempo são amplamente utilizados em experimentos e missões mais curtas de professores e alunos. E isso não significa que a NASA não os use: na verdade, a agência espacial também trabalha com esses balões. Nesse caso, os balões são feitos de polietileno e carregam pequenas cargas úteis, que descerão por onde o vento os soprar.
Por outro lado, considere as plantas, seres essenciais para a exploração espacial: são elas que podem criar uma fonte sustentável de nutrição para a tripulação e proporcionar benefícios psicológicos ao manter os astronautas em contato com a natureza. Claro, cultivar plantas no espaço não é nada fácil, mas é daí que vêm as instalações da NASA na Antártica. Robert Ferl, diretor de ciências da horticultura da Universidade da Flórida, explica que os experimentos com plantas são importantes para entender como a radiação espacial pode afetar nossos sistemas biológicos.
“Podemos aprender colocando plantas em ambientes mais extremos e mais acessíveis para nós, como grandes altitudes no pólo magnético da Antártida, onde a radiação é mais parecida com a de Marte”, comentou em entrevista à NASA. Anna-Lisa Paul, pesquisadora e diretora do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Biotecnologia da Universidade da Flórida, e cientista em biologia espacial, destaca que a resposta das plantas ao vôo do meio ambiente é crucial para que a humanidade avance na pesquisa espacial. Ambos também são importantes pesquisadores da NASA em pesquisas de biologia espacial.
No entanto, a instalação na Antártica é desafiadora, pois as oportunidades de missão são bastante raras devido à localização e às necessidades logísticas da instalação. Por outro lado, um ambiente extremamente frio e seco também é propício aos pesquisadores: balões equipados com painéis solares recebem energia constantemente para sua carga útil, permitindo que as missões durem semanas ou até meses.
Além disso, os ventos da Antártica permitem aos pesquisadores prever como será a trajetória do balão: espera-se que ele dê a volta no círculo desde o lançamento, de modo que retorne perto de onde foi lançado. Na prática, isso significa menos esforço para devolver cargas úteis pousando no gelo – ao contrário da missão realizada pela NASA em 2017, onde o telescópio teve que ficar no gelo por um ano devido às condições climáticas. E, por fim, os níveis de radiação na região estão muito mais próximos do que o espaço profundo contém, de modo que os experimentos acontecem em ambientes mais próximos do natural.
Na verdade, uma equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Agência Espacial dos EUA já está trabalhando em um projeto na Antártica: este é Telescópio ASTHROS, com lançamento previsto para 2023 ao lado de um balão cujas dimensões são quase iguais às de um estádio de futebol. Então, se tudo correr bem, o telescópio vagará pela estratosfera. Os testes do projeto começaram em agosto.
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