A Câmara de São Paulo adiou para quarta-feira (17) o debate sobre um projeto de lei que regula a atividade de demandantes como iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi. O PL 130/2019 exige licenças para correios que usam motocicletas, incluindo aquelas com um sinal vermelho. Críticos e aplicativos apontam que o projeto poderia reduzir drasticamente o número de correios na cidade.
A sessão foi encerrada devido à falta de um quorum de conselheiros, alguns dos quais estavam fisicamente presentes na sessão plenária e outros por teleconferência. Com apenas 23 conselheiros “presentes”, menos da metade, a sessão foi encerrada e uma nova foi convocada para a próxima terça-feira. Ainda não está claro quando a inscrição pode ser votada, pois depende do que os líderes colocarem na agenda da sessão.
O projeto de lei é o vereador Camilo Cristófaro (PSB), que nem sequer compareceu à chamada de quorum – ele já havia estado no plenário da Câmara. O projeto está na primeira votação e precisa de uma maioria absoluta para avançar ou ser negado – ou 28 conselheiros.
A votação on-line realizada nesta tarde foi marcada por confusão, e os conselheiros votaram contra o oponente ao mesmo tempo e, portanto, sem contar os votos no quadro eletrônico. Os conselheiros reclamaram que o painel eletrônico da Internet era muito pequeno e não era possível saber se a votação havia sido contada.
Entenda o projeto
A idéia é usar leis estaduais e federais que já existem sobre motofrentistas e que só se aplicam a empresas físicas para expandir a regulamentação sobre serviços oferecidos por aplicativos.
Os proprietários de aplicativos dizem que agem como uma ponte entre profissionais e usuários e afirmam que a nova lei pode tirar 42.000 das 50.000 pessoas de São Paulo do tráfego – de acordo com a associação de aplicativos e pilotos de motofret, apenas 8.000 ciclistas têm uma licença vermelha. atualmente para entregas.
Para o autor do projeto, o regulamento poderia fornecer mais segurança aos fornecedores e responsabilidade pelas aplicações. “Em 2018, cerca de 500 motociclistas se aproximaram de mim, dizendo que os aplicativos não garantem nenhum apoio. Nossa lei é que o aplicativo os apóia e protege”, disse ele. Viés.
Mais garantias?
Ao nomear a equipe de entrega como motofretistas, Cristófaro prevê a emissão de licenças para a categoria, auditorias obrigatórias e o uso do sinal vermelho. Ele também pensa em garantias como assistência médica, hospitalização e coisas do gênero. Os pedidos não devem ser contratados pela equipe de entrega, mas, na opinião deles, a empresa os cobrirá durante o parto.
A regulamentação traz maior segurança aos profissionais e à população. Temos que impedir que esse desempregado se torne um mensageiro, ele tem que ser um profissional
Camilo Cristófaro (PSB), autor PL 130/2019
Crítico do projeto, o vereador José Pólice Neto (PSD) afirma que não trará garantias, mas “burocratizará” o setor.
“Onde você viu qual placa colorida protege alguém? Legislação que serve apenas em detrimento da motocicleta e da sociedade que utiliza o serviço”, diz ele. Para os conselheiros, a legislação está tentando encaixar uma nova categoria nas regras de 20 anos atrás.
É como tentar ajustar o tamanho de alguém de 44 para tamanho 36. Existem regras mínimas que a cidade precisa estabelecer para as empresas que se candidatam. Essas regras podem ser solicitadas por um órgão municipal, não precisa ser lei
José Pólice Neto (PSD), Conselheiro de São Paulo
Entre as leis que cumpririam esse papel, ele cita uma portaria do Centro de Vigilância Sanitária que exige que os aplicativos forneçam equipamentos de proteção aos fornecedores e registrem um trabalhador no INSS se ficarem doentes com um novo coronavírus. O regulamento, no entanto, entrou em vigor recentemente, durante uma pandemia, quando várias empresas anunciaram medidas para proteger os trabalhadores.
Motofretistas criticam aplicações
Responsável por ajudar a redigir o PL, o Amabr (Associação de Aplicação e Motofretistas Autônomos no Brasil) diz que a lei é necessária porque o dinheiro economizado não deve ser aplicado a ocupações de risco, como transportadoras.
Uma pessoa tem direito a dinheiro adicional, desde que não seja uma profissão arriscada. Juntamente com a pandemia, tivemos um aumento de acidentes fatais, de acordo com a CET. Estamos lutando para ter mais votos, para exigir benefícios iguais aos motoristas de táxi, aos transportadores escolares
Marcelo Marques da Costa, Diretor Jurídico do Amabr
Segundo Costa, o projeto poderia forçar os aplicativos a se moverem no bolso para tornar a categoria mais segura. “Estou convencido de que existe [vai excluir entregadores], O aplicativo não para de funcionar, hoje é muito agradável. A minuta é aprovada, o município mudará, as inscrições serão movidas e instituições como nós. O problema é que é conveniente para aplicativos, eles não querem colocar as mãos nos bolsos. “ele diz.
O diretor jurídico da Amabrin diz que os pedidos, por meio de parcerias, oferecerão à equipe de entrega as condições para se auto-regular.
PL prevê que a equipe de entrega terá doze meses de acordo com a lei – o prazo pode ser prorrogado por mais doze meses.
Os pedidos indicam “reserva de mercado”
Os aplicativos pesquisados, iFood, Rappi, Uber Eats e Loggi não comentaram no PL. Mas os empregadores criticaram a possibilidade de regulamentação.
A Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), que tem suas afiliadas Uber, iFood e outras, disse que o projeto reforça “um modelo desatualizado de não considerar o progresso tecnológico, o contexto de digitalização de serviços e o momento econômico crítico”.
A organização cita números negativos do mercado de trabalho durante a pandemia e ressalta que os aplicativos são uma oportunidade de gerar receita. A associação também lembra que o PL pode trazer prejuízos para o mercado de restaurantes já afetado, que vê a entrega como uma saída neste momento de crise e diz que está aberto ao diálogo.
A ABO2O (Aliança Brasileira da Internet para Associação Off-line), que reúne 90 membros, incluindo Rappi e Loggi, diz que o PL é “uma tentativa anacrônica de criar uma reserva de mercado para a equipe de entrega”, cujo número pode cair de 50.000 para 42 mil na cidade. Também defende o acesso de especialistas a cursos gratuitos de segurança rodoviária e a redução de impostos em equipamentos de proteção e itens de segurança.