Sensibilizar os homens para a importância do atendimento médico a partir dos 40 anos ainda é um desafio. É comum que os pacientes lidem com preconceitos sobre testes que ajudam a identificar o câncer de próstata precoce, como o toque retal. Movimentos como o Novembro Azul reforçam que o diagnóstico precoce é um grande aliado no combate às doenças.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INC) estimam 65.840 novos casos de câncer de próstata em 2020. Para identificá-lo precocemente, é necessário o acompanhamento de um urologista. Atualmente, existem muitos tratamentos que são ainda menos invasivos quando a doença é identificada precocemente.
Pacientes que enfrentaram câncer de próstata nos últimos anos são alertados de que todos os homens devem procurar ajuda médica, sem se envergonhar de cuidar da própria saúde. Ter essa consciência, segundo eles, é o que traz uma melhor qualidade de vida no longo prazo.
É o caso do aposentado Nilton de Jesus (73) que descobriu a doença ao perceber um aumento em um exame de sangue chamado PSA, que mede antígenos específicos da próstata. Em seguida, foi ao urologista, sendo encaminhado para o Centro de Terapia Oncológica (CTO), voltado para sessões de radioterapia.
“Fiz 36 sessões de radioterapia com chuva, sol, calor, frio. Então, se você descobrir que tem um problema, corra, seja tratado, coloque o orgulho de lado. Posso dizer que estou curado, estou bem “, disse.
Também aposentado, Flavio Oliveira Machado, 62, diz que foi acompanhado todos os anos e, em 2016, foi diagnosticado com câncer de próstata. “Foi um choque na época, não foi? A cabeça da pessoa … Não havia nada. De repente você vai fazer um exame de PSA, fazer uma biópsia e descobrir, mas graças a Deus eu estava muito forte ”, disse.
Flavio disse que veio para fazer uma cirurgia e não precisou fazer tratamento. Atualmente, ele monitora apenas o CTO, o que é comum.
Osvaldo Cardoso, comerciante de 70 anos, estava em situação semelhante. Ele foi diagnosticado com câncer de próstata, fez tratamento e também está em fase de acompanhamento. “Não devemos ceder. Temos que enfrentar a realidade. Se você fugir do problema, o problema vai cuidar de você. E foi o que eu fiz, enfrentei o problema e estou aqui aos 70 e estou bem”, afirma.
Sobre o diagnóstico
Segundo Julio Vieira, oncologista do CTO, o exame inicial é feito por PSA e toque retal. A partir daí, se houver alguma alteração, ele explica que exames de imagem, como ultrassom e ressonância, podem ser solicitados. Se for identificado um nódulo, é feita uma solicitação de biópsia, realizada por ultrassonografia transretal da próstata.
Julio diz que a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda que os homens comecem o rastreamento após os 50 anos. Pacientes no grupo de alto risco, como afrodescendentes e pessoas com histórico familiar de câncer de próstata, devem ser testados aos 45 anos. No entanto, ele informa que o monitoramento geralmente começa com homens a partir dos 45 anos; e aos 40, para pacientes em risco.