Os depósitos detidos por famílias portuguesas ganharam 637 milhões de euros em outubro, voltando a cerca de 169 mil milhões de euros e a valores recordes. Apesar deste crescimento, o capital social continua em ordem. Cerca de metade desse dinheiro estava na conta.
Os portugueses tinham, no final de Outubro, 168,7 mil milhões de euros em depósitos, de acordo com o Banco de Portugal esta sexta-feira. Este valor representa um crescimento de 6,9% face ao mesmo mês do ano passado e um acréscimo de 637 milhões de euros face aos 168,2 mil milhões que foram depositados em bancos nacionais um mês antes.
O peso do dinheiro que fica em ordem está aumentando. “Os depósitos à ordem representavam 47% do total dos depósitos detidos por particulares, quando, há cinco anos, correspondiam a 30%”, sublinha o Banco de Portugal. Alteração que o regulador explica com “o contexto de taxas de juro baixas observadas nos últimos anos e a facilidade com que os bancos se financiaram com o Eurosistema”.
Afinal, os poupadores portugueses detinham 88,8 mil milhões de euros em depósitos com vencimento no final de Outubro, enquanto 79,99 mil milhões de euros encontravam-se na conta à ordem.
Os juros pagos pelos bancos sobre o dinheiro dos depositantes caíram para valores próximos de zero nos últimos anos, reflexo da queda da taxa de juros do Banco Central Europeu (BCE) para zero e da Euribor para valores negativos.
Em setembro, os bancos nacionais pagaram 0,04% em novas operações de depósitos. Esta é uma nova baixa histórica, abaixo dos 0,05% pagos em agosto.