Ele é repórter Notícias falsas do CPMI, Deputado Federal lidice da Mata (COM)PSB-BA) afirmou que o projeto de lei 2630/20, atualmente em debate na Câmara, dificilmente será uma “bala de prata” para acabar com a desinformação no país. No entanto, ele acredita que é necessária a aprovação do PL, para que os “guerrilheiros virtuais” parem de encher as redes sociais com conteúdo que “confunde os cidadãos”.
Este mês, um relatório de Viés informou que a Yacows, uma empresa de correio em massa, já ouviu falar na CPMI de notícias falsas, continuou a trabalhar, mesmo que a justiça o proíbaAlém disso, o Facebook desmontou as contas e as páginas dos escritórios presidenciais Jair Bolsonaro (sem partido), senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), entre outros políticos.
Numa entrevista com Viés, o deputado reconheceu que algumas críticas ao projeto eram válidas, mas disse que era importante que houvesse regulamentação do tema no Brasil. Ele também argumenta que as discussões devem ser pacíficas para que a lei futura respeite o direito à privacidade e não ataque a livre expressão do Brasil online.
O texto que foi aprovado no Senado em junho foi criticado por possíveis abusos em alguns momentos, como cobrar dos usuários de mídias sociais plataformas e muito amplo sobre outros, criando restrições indesejadas. Após a aprovação no Senado, o PL foi à Câmara, que realizou debates sobre o assunto este mês.
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que procurava um texto melhor com esse procedimento. Lídice da Mata explicou que estão sendo ouvidas as sugestões dos especialistas e da sociedade civil de que “as liberdades individuais não são violadas”, após as mudanças que os deputados farão no projeto.
Veja toda a conversa:
Inclinação – Notícias falsas O PL menciona duas vezes o termo desinformação, mas não o define. Isso deve melhorar a casa?
Lídice da Mata – É difícil estabelecer um conceito para notícias falsas. O debate no Senado foi muito quente, mas serviu para esclarecer pontos vagos. Agora é nossa tarefa no Conselho encontrar uma maneira intermediária de preservar as liberdades individuais, mas punir aqueles que divulgam informações falsas e cometem crimes, incluindo recursos públicos. O que já está claro é que é necessária alguma legislação, porque não é mais aceitável que guerrilheiros virtuais espalhem redes de mentiras em redes e confundam cidadãos, influenciando os destinos eleitorais do país.
O relator do PL, Angelo Coronel, disse que sua experiência no Fake News CPMI o ajudou a ganhar experiência no assunto. Com base na sua trajetória no CPMI, que papel essa lei deve desempenhar? A proibição de notícias falsas é uma meta tangível?
Lídice da Mata – Na minha opinião, é difícil termos uma “bala de prata” que extermine as notícias falsas das mídias sociais e dos aplicativos de mensagens. Mas podemos fazer um trabalho educacional, através de legislação educacional, não apenas criminal, que pode garantir a segurança da liberdade de pensamento e expressão. Mas entenda que existem limitações nessa liberdade. É importante assumir a responsabilidade pelo que você compartilha.
Inclinação – em uma solicitação de documentação para usuários da plataforma, como a Sra. você vê a ideia de que essa solicitação possa excluir brasileiros indocumentados ou sem telefone?
Lídice da Mata – Conversamos com representantes da sociedade civil que podem nos ajudar a identificar perfis falsos que agem com base em informações erradas e mensagens de ódio. Mas devemos ter cuidado para que as liberdades individuais não sejam violadas. Acredito que aprovaremos um texto harmonioso e calmo que trará segurança jurídica para punir aqueles que persistirem em cometer crimes e confiarem em falas falas sobre a liberdade de expressão como um direito absoluto.
Inclinação – Outro ponto controverso é armazenar um log de mensagens que o WhatsApp encaminha por um certo período de tempo. O monitoramento preventivo é justificado para identificar notícias falsas?
Lídice da Mata – As mensagens podem ser facilmente salvas com impressões de tela em redes sociais e aplicativos de mensagens. Hoje, o judiciário já reconhece mensagens virtuais como evidência. Mas existem aqueles que produzem informações falsas, aqueles que deliberadamente espalham essas informações e outros que apenas as recebem e as transmitem sem ter consciência de que estão espalhando inverdades. Então, acredito que esse ponto do projeto pode realmente prejudicar as liberdades de um indivíduo. Nem todo mundo usa o WhatsApp para espalhar informações falsas.
Slope – PL não lida com a identificação de fundos de campanha nas redes. Sra. você acha que isso deveria fazer parte do projeto? É esse o tipo de coisa que pode ser incluída em um conselho?
Lídice da Mata – Sim, acho que isso é importante porque sabemos que existem provedores profissionais de desinformação. Já está claro que eles podem existir dinheiro público para apoiar redes reais para espalhar informações falsas, Este é um tópico que merece discussão aprofundada, como pensamos na última campanha eleitoral. Arriscamos ver o mesmo fenômeno nas eleições deste ano novamente, com força ainda maior.
Inclinação – Termos de texto, como “rede social para mensagens privadas”, foram criticados por serem muito amplos e podem ser aplicados a outros serviços que não WhatsApp, Twitter ou Facebook. Sra. Você acredita que os debates na Câmara contribuirão para uma lei mais objetiva?
Lídice da Mata – Sim, uma casa é revisora de outra. O Senado iniciou um debate preliminar, agora cabe aos deputados fazer uma espécie de “correção” no texto, a fim de ter segurança jurídica na punição de crimes e crimes.
Inclinação – Com o CPMI, as plataformas funcionam bem o suficiente com as informações necessárias para as investigações? Como o PL pode exigir maior transparência, sem violar a privacidade e a liberdade de expressão dos usuários?
Lídice da Mata – Até recentemente, as plataformas tinham uma postura muito tímida na luta contra a disseminação de dados falsos. Tivemos uma grande dificuldade na CPMI em receber dados da plataforma, solicitados em solicitações oficiais aprovadas pela Comissão. A justificativa era a mesma: não estamos sujeitos às leis do seu país; portanto, não há obrigação de fornecer informações sobre os usuários de nossos serviços. Portanto, acho que durante a discussão sobre PL na Câmara, poderíamos trazer uma espécie de regulamentação dos “termos de uso” da plataforma. Este seria um grande passo em frente para obter um texto equilibrado.
Declive – Como o Conselho de Transparência e Responsabilidade na Internet não pode se tornar o “Ministério da Verdade” – algo que o senador Alessandro Vieira diz que não quer fazer?
Lídice da Mata – Acredito que este Conselho atuaria como Conar (Conselho Nacional de Autorregulação da Publicidade). Esse seria um objetivo importante. Para isso, é importante termos regras claras e transparentes sobre a composição do conselho, que sempre buscam garantir os direitos adquiridos dos usuários.
Inclinação – plataformas públicas, não plataformas de mensagens privadas como WhatsApp, verificações de fatos e conteúdo de sinal são classificados como desinformação. Sra. você acha que eles deveriam ser forçados a fazer mais?
Lídice da Mata – Eu acredito! Acima de tudo, porém, acredito que o caminho da educação é ensinar às pessoas que ninguém está seguro quando se trata de informações erradas. Que é necessário criar o hábito de verificar as informações recebidas. Porque somos todos responsáveis.
Slope – O que você sente mais falta nesta conta?
Lídice da Mata – Primeiro, é preciso dizer que é necessária alguma legislação para impedir campanhas de desinformação nas redes, porque não é possível destruir biografias, diminuir a reputação, espalhar discursos de ódio sem responsabilizar os autores por seus crimes. Mas, no momento, realmente sinto falta de uma discussão calma e tranqüila que possa nos ajudar a fortalecer a liberdade de expressão com responsabilidade informacional.