Segundo fontes ouvidas no relatório, a avaliação da rede social é que o presidente expôs sua experiência pessoal com as drogas; o vídeo é o terceiro mais assistido do ano no perfil de Bolsonaro.
Três meses após a exclusão do vídeo em que ele é presidente Jair Bolsonaro criticou o isolamento social e disse aos apoiadores que “a hidroxicloroquina funciona em todos os lugares”, o Facebook decidiu manter um vídeo viral no qual o presidente toma uma pílula e diz “está seguro. trabalhando”.
Um porta-voz da rede social BBC News Brasil disse na quarta-feira que “o Facebook não removerá a publicação”.
O relatório mostrou que foi uma avaliação interna que o presidente compartilhou sua experiência pessoal com drogas e que eventual remoção poderia ser entendida como “censura”.
Em apoio ao comunicado, Bolsonaro disse que “sabemos que nenhum medicamento tem eficácia cientificamente comprovada”.
“Mas (eu sou) outra pessoa que trabalha. Então, acredito em hidroxicloroquina. E você?”, Diz o presidente no final do vídeo.
Menos de 24 horas após seu lançamento, o vídeo já é o terceiro mais visto na página do Facebook de Jair Bolsonar em 2020, com 5 milhões de visualizações no momento em que este relatório é lançado.
A publicação atraiu críticas por supostamente incentivar o consumo de um medicamento, que não tem eficácia comprovada e pode causar efeitos colaterais graves, como arritmia cardíaca. Em junho, entidades como a OMS (Organização Mundial da Saúde), a FDA (equivalente à Anvisi nos EUA), a American Infectious Diseases Association e os Institutos Nacionais de Saúde da América do Norte recomendam que os profissionais de saúde não usem cloroquina ou hidroxicloroquina em pacientes com covid-19, exceto em testes clínicos.
Revisar registros
O vídeo foi divulgado horas depois que o presidente anunciou em uma entrevista no Palácio do Alvorada que havia sido testado positivo para o novo coronavírus.
O presidente disse a repórteres na terça-feira (7) que teve seus primeiros sintomas no domingo (5). Bolsonaro disse que teve 38 graus de febre nesta segunda-feira (6).
O comunicado veio dias depois de Bolsonaro participar de uma transmissão ao vivo com outras seis pessoas, se reunir com um grupo de empresários, sobrevoar áreas de bombas do ciclone atingidas em Santa Catarina, almoçar na casa do embaixador dos EUA no Brasil e se reunir com vários ministros.
Dos primeiros casos registrados no país, Bolsonaro subestimou a gravidade do vírus e até o classificou como um “pequeno procedimento”. Bolsonaro também se opõe a medidas de isolamento social e uso de máscaras? Recentemente, ele vetou acessórios obrigatórios em alguns lugares, como lojas e igrejas.
Em um programa publicado no Facebook na terça-feira, Bolsonaro diz que estava tomando sua terceira dose de hidroxicloroquinina.
“Eu me sinto muito bem. Foi mais ou menos no domingo, ruim na segunda-feira e hoje, terça-feira, estou muito melhor do que no sábado. Então, definitivamente está sendo feito”, diz Bolsonaro em um vídeo viral.
Ele tem um número semelhante de críticas de outro vídeo sobre drogas, lançado em 21 de março e visto 5,1 milhões de vezes. Na ocasião, o presidente falou sobre a “possível cura de pacientes com covid-19” em uso de cloroquina e anunciou que o laboratório militar aumentaria a produção de drogas.
Por outro lado, o vídeo mais assistido do ano no site do presidente é uma transmissão ao vivo a partir de 3 de maio, quando recebeu os manifestantes sem máscara, que, entre outras coisas, exigiram intervenção militar e um fim. STF e o Congresso Nacional.
“Temos as forças armadas do lado do povo, por lei, ordem, democracia, liberdade”, disse Bolsonaro na época. “Peço a Deus que não tenhamos problemas esta semana. Desde que atingimos o limite, não há mais conversa.” O vídeo foi visto 8,7 milhões de vezes.
Vídeo excluído
Em 30 de março, a BBC News Brasil revelou que o Facebook havia decidido excluir um dos vídeos postados pelo presidente no dia anterior. A empresa afirmou que, ao publicar Bolsonaro, violou as regras de uso da plataforma, potencialmente “expondo as pessoas a um risco maior de transmitir covid-19”.
Um porta-voz da mídia social confirmou que o Facebook e o Instagram haviam decidido excluir um vídeo em que o presidente conversava com um vendedor ambulante em Taguatinga, Distrito Federal, alegando que a empresa estava removendo conteúdo “que viola nossos padrões da web”. pessoas “.
Na filmagem excluída, Bolsonaro disse: “Eles querem trabalhar. Venho dizendo isso desde o início”, em defesa do fim do isolamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde em meio a uma pandemia de coronavírus.
Bolsonaro continuou: “Esse medicamento lá fora, a hidroxicloroquina, funciona em todos os lugares”.
Então, além do Facebook e Instagram, o Twitter e o YouTube também decidiram excluir as publicações do presidente brasileiro.