O Conar (Conselho Nacional de Propaganda Autorregulatória) pediu a suspensão de dois filmes na campanha publicitária “A Gente Banca” do Santander, acreditando que as peças depreciam jornais e bancas de jornais.
O pedido foi enviado há cerca de dez dias pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e foi aceito há pouco mais de uma semana. Conar percebeu que as passagens nos dois comerciais falharam em apresentar as informações como fatos sem mostrar a verdade.
Os anúncios afirmam que “nos últimos anos, mais pessoas estão comprando jornais para coletar lixo de animais de estimação do que para ler” e “ninguém mais compra jornais nas bancas de jornais, todo mundo lê as notícias em seus telefones celulares”.
O comitê justifica a demanda por interromper a transmissão de comerciais devido à divulgação generalizada “em um período de maior audiência da mídia” usada pelo Santander. O anúncio foi transmitido na TV e nas mídias sociais.
Os anúncios foram projetados para incluir a recente linha de microcrédito do Santander dedicada a quiosques. O programa, também chamado de A Gente Banca, incentiva o estabelecimento de novas empresas na instituição, como manicure e chaveiro.
Assim, até um terço da dívida de um jornalista contratado pode ser baixado na publicidade local do Santander.
“Foi uma desinformação óbvia, uma campanha depreciativa para o jornal, tanto na estética quanto no roteiro. Não entendemos o motivo desse ataque durante a defesa do banco”, disse Marcelo Rech, presidente da ANJ.
Segundo ele, Conar ainda não examinou se a publicidade está de acordo com a legislação municipal, incentivando uma mudança no perfil comercial das bancas.
“Em São Paulo, 75% do espaço bancário precisa ser reservado para a venda de conteúdo editorial”, diz ele.
Querendo que o banco remova trechos do anúncio assim que as críticas surgirem, antes de Conar decidir. A idéia, segundo o Santander, era aumentar a renda dos jornalistas.
Em uma nota, o Santander diz que o projeto foi criado para fornecer aos proprietários de quiosques “consultoria, treinamento e apoio financeiro para fortalecer seus negócios principais, em cidades onde a legislação local permite sua implementação”.
“A troca de vídeos na campanha foi interrompida assim que Conar informou o banco”, disse ele.
O site da empresa afirma que “o que antes era uma empresa se torna duas” e pede aos interessados que entrem em contato com as prefeituras para verificar a disponibilidade no local.