Nem o Fundo de Resolução nem o Novo Banco quiseram, mas o banco dirigido por António Ramalho já é accionista das duas sociedades de Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, “Eco” relata esta segunda-feira. Os 160 milhões de euros devidos pela Promotelor e pela Inland, detidos pelo Novo Banco sob a forma de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC), foram convertidos em capitais próprios.
O banco passou a deter parte dessas empresas após a conversão, o que motivou aumentos de capital. Ou seja, o banco detém 67% da Promotelor, na conversão de 90 milhões de euros em VMOC; e a maior parte do capital do Inland após a conversão de 70 milhões de euros em VMOC. E que Luís Filipe Vieira deixou de ser devedor ao banco, anos depois dos créditos concedidos pelo antigo Banco Espírito Santo (BES).
Embora ainda estejam em negociações com o ex-presidente do Benfica, a conversão e entrada na capital parecem ser problemáticas tanto para o banco como para o Fundo de Resolução, que tapou buracos de milhares de milhões de euros no primeiro com dinheiro dos contribuintes. BES. As duas empresas detidas assim pelo Novo Banco apresentam capitais próprios negativos de 200 milhões de euros, sublinha “Eco”, num endividamento total que já atingiu os 400 milhões de euros antes de diversas operações de alienação de ativos.
Devido a dificuldades nas negociações com Luís Filipe Vieira, não foi possível prorrogar o prazo de conversão do VMOC para 2023, tendo o Fundo de Resolução mandatado a administração do Novo Banco o recusa.