Novas tecnologias da informação e comunicação estão por toda parte e presentes em todos os momentos da vida das pessoas, seja no trabalho, no tempo livre ou no estudo. Crianças e adolescentes, como grandes usuários, estão passando por um processo ainda maior de digitalização da vida, especialmente neste período de pandemia. Essa hiperconectividade cria cada vez mais uma enorme assimetria de poder nas relações de indivíduos com agentes, públicos e privados, responsáveis pelo processamento de dados pessoais em quantidades exponenciais. Uma conseqüência importante desse fenômeno é a incapacidade da patente para indivíduos de controlar o fluxo de seus dados pessoais.
Fala-se muito sobre a nova economia de dados. Quão valiosos são os dados e como eles levarão cada vez mais a diversas práticas de negócios. É verdade que a verdadeira determinação da vida das pessoas acontece por causa da vigilância onipresente, especialmente na Internet. Os dados pessoais relativos às personalidades das pessoas são coletados e processados antes do nascimento. Os intermediários de dados são responsáveis pela coleta de dados de diversas fontes e bancos de dados públicos e privados, a fim de comercializar continuamente perfis, suas preferências, desejos e oportunidades de influência.
Nesse contexto, big data, estatísticas e algoritmos de orçamento são o que começam a condicionar a vida das pessoas, decidindo suas oportunidades – e, muitas vezes, violando suas liberdades individuais – se elas podem resultar em indivíduos prevendo crescimento para crescimento, por exemplo, várias campanhas publicitárias. O que é pior, eles podem resultar em comportamento comportamental que resulta de determinadas segmentações de anúncios para crianças com menos de 12 anos – o que já é proibido no país!
Os bancos de dados também permitem a mineração de dados de pessoas, crianças e adolescentes, incluindo a organização e a análise de informações a serem consideradas para a tomada de decisão, desde o design de um novo brinquedo ou jogo eletrônico até uma estratégia de disseminação e comercialização em pontos físicos ou virtuais. que são representados por pequenos.
Essas são práticas de exploração comercial de crianças e adolescentes, baseadas em modelos de negócios que realmente não levam em consideração seus melhores interesses e a prioridade absoluta de seus direitos, incluindo abuso de mercado.
Crianças e adolescentes em todo o mundo representam 1/3 das pessoas que os usam Internet. No Brasil, 89% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários da InternetIsso significa que um contingente gigantesco de crianças e adolescentes coleta e processa seus dados pessoais e que suas próprias famílias, sociedade e até estados não têm uma dimensão real de como são explorados comercialmente.
Crianças e adolescentes são pessoas envolvidas em treinamento, que experimentam uma fase peculiar de desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. Eles precisam de apoio para desenvolver saúde e segurança contra todos os tipos de violência. A Internet pode ser uma área de muitas possibilidades, que promove criatividade, socialização, aprendizado, interatividade, brincadeiras e novas descobertas.
No entanto, isso exige que tenhamos maior transparência nos procedimentos de coleta e processamento de dados de crianças e adolescentes. Da mesma forma, é crucial que os detentores do poder tenham um compromisso maior de garantir os direitos das crianças e dos adolescentes, de acordo com os requisitos do artigo 227 da Constituição Federal, com prioridade absoluta, desde o design de plataformas, serviços e produtos disponíveis para crianças e adolescentes até a sua colocação no consumidor. mercado.
Nesse cenário, aguarda-se a chegada da nova Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e seu Artigo 14. Muito pode ser feito, no entanto, no Brasil, à medida que o código recente aplicado no contexto do uso de serviços digitais por crianças é promovido Oficial da Comissão de Informação do Reino Unido – Design adequado à idade: um código de prática para serviços on-line – que tem uma regra básica não para proteger as crianças do mundo digital, mas para protegê-las para que possam aproveitar ao máximo a Internet.
(*) Isabella Henriques é advogada e diretora executiva do Alan Institute; Pedro Hartung é advogado e coordenador de programas para crianças e consumo no Instituto Alana.