Apesar da chuva que caiu em alguns dias de dezembro, não foi suficiente para tirar grande parte do continente da situação de seca meteorológica. De facto, a percentagem de Portugal que se encontrava sob algum tipo de seca no final do ano era ainda mais elevada do que no final de novembro – passando de quase 92% para 93,7% – e a única boa notícia é a diminuição do território que foi em grande estiagem (de 12,6% para 8,7%).
Os dados consistem em boletim meteorológico de dezembro O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que analisa também os extremos máximos de temperatura atingidos na passagem de ano, que a instituição já esperava parcialmente esta semana. Agora, o documento completo não permite abordar preocupações sobre os níveis de precipitação que atingiram o país.
De acordo com o IPMA, a precipitação média de dezembro (93,4 milímetros) foi inferior ao valor normal para o intervalo 1971-2000. que está se tornando cada vez menos novo. “Nos últimos 20 anos, apenas quatro tiveram valores superiores à média”, disse o boletim. E houve áreas do país onde essa redução foi de 75%.
Alargando a estimativa para o último trimestre de 2021, a comparação ainda é desconhecida: entre 1 de outubro e 31 de dezembro, a quantidade de precipitação no país “corresponde a 57% do valor normal”, explica o boletim do IPMA. Os concelhos de Setúbal, Beja e Faro foram os mais afetados pela falta de chuva, ao longo do ano hidrológico, com valores 50% inferiores ao normal.
A consequência de tudo isto foi que em relação a novembro foi mesmo possível ver um aumento da retenção de água no solo (principalmente devido à chuva que caiu entre 20 e 26 de dezembro, e mais no norte e centro do país) . país), mas isso não foi suficiente para reverter a situação de seca meteorológica em que se encontra quase todo o território. E mesmo as mudanças registradas entre os tipos de seca em curso – leve, moderada e severa – não são todas favoráveis, pois se houve diminuição do percentual de terras em seca severa, o mesmo ocorreu com a área em seca leve, que com 61,6% no final de novembro para 57,7% no final do ano. O percentual de territórios na seca moderada subiu quase 10 pontos percentuais, de 17,7% para 27,3%, deixando a expectativa de que essa situação não evolua para um cenário pior, que dependerá em grande parte das chuvas nas próximas semanas.
dezembro quente
Quanto às temperaturas, o IPMA já previu, conforme informado pelo PÚBLICO, que o país bateu os recordes de temperatura máxima em 31 de dezembro em vários locais do país, e agora isso é confirmado pelo boletim, com algumas informações adicionais.
Aliás, o IPMA afirma agora que a temperatura atingida na estação da Zambujeira a 31 de Dezembro – 26,4 graus Celsius – foi um novo extremo para este mês em todo o país desde 1941. Portugal nunca teve um dia de Dezembro tão quente. 80 anos.
Mas este não foi um caso isolado. O valor médio da temperatura média do ar para o último mês do ano foi superior ao normal (11,69 graus, o que corresponde a 1,73 graus acima do normal) e se olharmos apenas para as temperaturas máximas, esta diferença é acentuada. : com uma temperatura máxima média de 15,72 graus, foi o 2º valor mais elevado para este mês desde 1931. De facto, o IPMA refere que ao longo do mês houve apenas sete dias em que as temperaturas máximas foram iguais ou inferiores à média mensal.
O recorde, no entanto, foi o último dia do ano, e o boletim o classificou como “extremamente quente” e um desvio de 6,4 graus acima da média mensal para comprová-lo.
As estações que registaram novas temperaturas máximas para dezembro – todas no dia 31 – foram Braga, Coimbra-Cernache, Figueira de Castelo Rodrigo, Odemira, Mora, Beja, Portel, Sines, Zambujeira, Neves Corvo e Castro Marie. Com 25,5 graus registados a 12 de dezembro, a Zambujeira conseguiu ultrapassar o dobro da temperatura máxima atingida este mês. Para o dia 12, o extremo anterior era de 24,9 graus, alcançado em 1985.