A Polícia Civil de São Paulo alega oficialmente que todos os relatos do caso entre o casal Paulo Bilynskyj, 33, e Priscile de Bairros, 27, estão ausentes, “a hipótese de que houve uma tentativa de assassinato seguida de suicídio não está encerrada”. A polícia, no entanto, ainda está investigando e não descarta outras possibilidades: feminicídio, assassinato e autodefesa.
Questionado nesta tarde sobre o que resta esclarecer sobre o crime, Alberto José Mesquita Alves, chefe do 1º DP (distrito policial) de São Bernardo do Campo, onde o caso foi registrado, foi categórico: “Eu diria que todos [os exames]”
“O corpo necroscópico de Priscilla, devido aos ferimentos de Paul. Ele precisa entender como foi atingido, DNA, sangue, experiência, balística, quebrar um segredo telefônico, para dizer a verdade, ainda dependemos de todos os relatórios”, afirmou.
Apesar disso, o delegado disse que “não teria motivos para duvidar” dos erros de Bilynsky. Esses possíveis erros estão sendo investigados pelos assuntos internos da polícia civil. “Tudo indica que o delegado estava mais preocupado em economizar, sair rapidamente disso”, disse Alves.
“Três delegados e um especialista foram ao canteiro de obras e ficaram lá das 9:00 às 14:00. Saindo do local, havia uma primeira versão”, disse ele. Esses policiais foram responsáveis por classificar os crimes como tentativa de assassinato, seguidos de suicídio no primeiro relatório policial.
“Vi muito sangue no local, tiros que não atingiram nenhum dos órgãos vitais de Paul e as meninas mortas no local pelo golpe. A partir daí, ele começa a trabalhar com hipóteses”, diz o delegado.
Ronaldo Tossunian, delegado do departamento de São Bernardo do Camp, acrescentou que “não há corporativismo, não se preocupe se ele é policial, queremos saber o que aconteceu naquele local”.
Para Tossunian, “a versão apresentada e as circunstâncias não eram inacreditáveis para a pergunta feita pelo delegado”.
Delegar exame
No mesmo dia do crime, a modelo Priscilla de Bairros passou por um exame residual que poderia mostrar se havia restos de pó em suas mãos ou não, para saber se ela estava atirando ou não. O resultado dela, que ele anunciou no mesmo dia, mostrou-se positivo.
O delegado Paulo Bilynskyj passou pelo mesmo exame no hospital 24 horas depois. A polícia, no entanto, não pode dizer se a assepsia foi feita em suas mãos no hospital. Ao contrário do exame de Priscilla, seu resultado não foi mostrado até o momento.
A polícia não conseguiu responder o motivo pelo qual o exame da mulher apareceu no mesmo dia, e ainda o dele. Os enviados neste caso dizem que os resultados de seu interrogatório serão anunciados esta semana.
Possível dinâmica do crime
Em um vídeo no hospital, Bilynsky disse que a garota atirou nele seis vezes depois de ver uma mensagem em seu telefone celular de que ele não gostou. Depois de atirar nele, ela se matou, de acordo com o policial.
A modelo foi encontrada viva no corredor do apartamento, com uma marca de bala na altura do peito. Ela foi transportada para um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, ele o atingiu no peito, mas não sabia o ângulo exato do tiro.
Os enviados nesse caso disseram que o suicídio é comum entre mulheres com ferimentos a bala ou envenenamento, porque, por vaidade, preferem salvar o rosto.
Bilynsky, que foi baleado seis vezes, passou por uma série de cirurgias, ainda está hospitalizado, mas em uma condição de saúde considerada estável.
Passando pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção Pessoal), o delegado está atualmente em serviço no 101º DP (Distrito Policial) em Jardim das Imbuias, sul de São Paulo.