O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou ontem o sigilo de sua decisão, que permitiu a condução de operações policiais para investigar a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. Nele, o juiz incluiu a decisão de que as postagens de um parlamentar sobre manifestações não pudessem ser excluídas e, consequentemente, perdidas na rede social em que foram postadas.
Moraes fez um pedido especial no Twitter, onde vários parlamentares bolcheviques enviaram comentários e convocaram manifestações em 19 de abril, que são o foco principal de uma investigação lançada pelo Ministério Público Estadual (PGR). Ele pediu “preservação e retenção” de publicações.
Na decisão, o ministro do STF também estipula que o armazenamento de publicações deve ser acompanhado de dados do usuário que serão fornecidos pela rede social. Moraes procura informações como o endereço IP, que pode revelar de onde a postagem foi postada, bem como dados do usuário do Twitter nos dias das postagens.
A solicitação é baseada na possibilidade de o usuário excluir seu conteúdo nas redes sociais a qualquer momento. Por exemplo, no início de abril, o presidente Jair Bolsonaro excluiu um vídeo condenando uma suposta deficiência na Ceasa (Central de Abastecimento) em Belo Horizonte.
Se isso acontecer com as publicações dos parlamentares sobre atos antidemocráticos, o Twitter terá o dever de preservar o conteúdo indicado pela investigação da PGR.
Em um texto de Moraes divulgado ontem, o ministro disse que havia “uma possibilidade real de associação criminosa” nas evidências reunidas pelo PGR. A decisão aprovou uma operação da PF (Polícia Federal) lançada nos últimos 16, quando 21 mandados de busca e apreensão foram executados contra parlamentares, empresários e blogueiros do bolsonar.