A diarreia é o principal problema de saúde durante as viagens. Segundo dados da Direção-Geral da Saúde, a diarreia do viajante pode afetar até 50% das pessoas que viajam para o estrangeiro e o principal fator de risco é o destino da viagem.
“A diarreia do viajante é, na maioria dos casos, uma infecção gastrointestinal causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados com microorganismos patogênicos que podem ser bactérias, vírus ou parasitas. O risco de contaminação está associado principalmente a práticas de higiene menos adequadas no manuseio, preparo dos alimentos e tratamento da água ”, explica Vitória Rodrigues, microbiologista clínica.
Vitória Rodrigues acrescenta que “estes microrganismos vão alterar a microbiota intestinal – um conjunto de microrganismos que colonizam o nosso intestino e que desempenham um papel fundamental na nossa defesa, na nossa saúde e bem-estar, protegendo-nos das infecções. Os sintomas ocorrem repentinamente, geralmente durante a viagem ou logo após o retorno. Eles consistem em um aumento na freqüência de descarga com fezes líquidas acompanhadas de cólicas abdominais, náuseas, vômitos e, às vezes, febre e / ou sangue nas fezes. A maioria dos casos não é grave, dura de 3 a 5 dias e não requer tratamento. O principal risco é a desidratação, principalmente em crianças, grávidas, idosos e doentes crônicos ”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os destinos de maior risco são Ásia, Oriente Médio, África e América Latina. No entanto, esse problema de saúde pode ocorrer mesmo nos países mais desenvolvidos se as condições de higiene, no preparo e preparo dos alimentos não forem rigorosas.
Para prevenir a diarreia do viajante, deve-se cuidar da higiene pessoal, sendo recomendável, principalmente:
- Lave as mãos com freqüência;
- Beba ou lave os dentes com água fervida ou engarrafada;
- Não coma alimentos crus;
- Os cubos de gelo devem ser feitos com água engarrafada ou fervida.
“O diagnóstico é feito pela sintomatologia, mas nos casos de diarreia aguda acompanhada de febre e / ou sangue e diarreia persistente, aconselha-se a realização de análises clínicas como o exame microbiológico e parasitológico das fezes, e o Estudo Funcional de a Microbiota Intestinal com identificação de Agentes Patogênicos, incluindo parasitas e vírus ”, enfatiza Vitória Rodrigues.
O tratamento é baseado na hidratação, dieta adequada e uso de antidiarréicos; no entanto, eles não são indicados em casos de diarreia com sangue e / ou febre. Os probióticos podem ajudar a reequilibrar a microbiota intestinal, criando condições desfavoráveis para a multiplicação de microrganismos patogênicos.
“Vários estudos indicam que as pessoas infectadas com o novo coronavírus podem ter problemas digestivos, como diarreia ou mal-estar estomacal, antes de ter febre, tosse e dificuldades respiratórias. Se essa situação acontecer depois de ficar em uma área com grande número de casos Covid-19, é preciso estar atento aos sintomas e consultar o médico ”, finaliza o microbiologista.
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