O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello, negou nesta quarta-feira (29) um pedido da Câmara dos Deputados para anular a busca realizada no gabinete do deputado Paul Pereira da Silva (SD-SP), Paulinho da Força, no dia 14 de julho.
A ação policial foi aprovada pelo Tribunal Eleitoral de São Paulo. O painel apelou porque percebeu que o juiz de primeira instância não tinha autoridade para determinar ações policiais nos escritórios de parlamentares federais, exigindo a aprovação do Supremo Tribunal Federal.
Para o ministro, as audiências contra Paulinho da Força não estão vinculadas ao mandato atual e, portanto, estão fora do escopo do fórum especial ao qual ele tem direito.
O debate sobre a prerrogativa especial dada pela Constituição aos parlamentares foi re-discutido após as recentes operações da polícia federal contra os deputados Paulinho da Força e Reyana Dias (PT-PI) e contra o senador José Serra (PSDB).
No caso Paulinho, o ministro se opôs aos argumentos do Conselho de Governadores da Câmara e argumentou que o Supremo Tribunal não tinha o papel de garante das decisões de primeira instância.
Mello mencionou o julgamento do STF de 2018 que deu uma nova interpretação da Constituição no fórum. Foi então que os ministros perceberam que o instituto jurídico pressupunha um crime cometido durante seu mandato, o que não é o caso da investigação destinada ao presidente nacional do Solidariedade.
“Ou você é competente para agir no processo, pratica atos que julga apropriados ou não os pratica”, disse o ministro.
“Não é apropriado considerar a existência de uma terceira opção na qual isso afeta a determinação nos procedimentos da jurisdição do tribunal de origem, dando ao Supremo Tribunal um papel de incentivo”.
Na semana passada, a pedido do Senado, o presidente do STF, Dias Toffoli, teve um entendimento diferente e suspendeu a execução de um mandado de busca no escritório de Serra, investigado na primeira instância do Tribunal Eleitoral de São Paulo por suposta estrutura de 2014 2.
O Conselho Diretor do Senado, liderado por Davy Alcolumbre (DEM-AP), argumentou que uma busca por informações relacionadas a eventos passados causaria divulgação ilegal de dados relacionados ao termo atual.
A discussão da decisão de Dias Toffoli dividiu o STF, como mostra FolhaAlguns ministros apoiaram a determinação do presidente do tribunal.
Membros do PGR (Ministério Público do Estado) também avaliaram a ordem de Toffoli como bem fundamentada.
Em um despacho sobre Paulinho da Forço, Mello reproduziu o entendimento da ministra Rosa Weber, que confirmou uma operação policial no gabinete do deputado Rejane Dias, do PT, segundo o qual o local de busca não é o que determina o fórum, mas o que ele investigou.
Paulinho da Força é explorado na chamada Eleição Lava Jato.
O deputado é acusado de receber doações eleitorais que não contam nas eleições de 2010 e 2012, no valor de US $ 1,7 milhão.
Mandados de busca e apreensão foram realizados em Brasília e São Paulo, incluindo um escritório na Câmara, um apartamento funcional em Brasília e a sede da Força Sindical na capital do país.