O Albert Einstein Hospital desenvolveu uma técnica de diagnóstico de coronavírus capaz de analisar até 16 vezes mais amostras ao mesmo tempo do que o RT-PCR mais usado atualmente. Segundo a instituição, esta é a primeira revisão do mundo a ser patenteada e usando uma nova geração de tecnologia de sequenciamento genético baseada na leitura de pequenos fragmentos de DNA para identificar doenças ou mutações genéticas.
Assim como o teste biológico molecular de RT-PCR, o novo teste de Einstein também procura o material genético do vírus nas amostras coletadas e também é indicado para pacientes na fase aguda da doença.
A diferença é que, usando técnicas de seqüenciamento e o uso de ferramentas de inteligência artificial, o processo de análise de material é automatizado, permitindo o processamento de 1.536 amostras por ciclo, 16 vezes mais do que as 96 técnicas padrão de RT-PCR processadas.
Com a mesma indicação e o mesmo nível de precisão do exame de biologia molecular, seria uma opção para expandir o teste no país.
“Em um processo, fomos capazes de analisar 1.536 amostras. Se fizéssemos o mesmo número de análises usando RT-PCR, precisaríamos de uma frota muito maior de equipamentos”, diz Sidney Kleiner, presidente da Einstein.
A única espécie até agora indicada como uma opção para teste em massa era a sorologia, que detecta anticorpos produzidos pelo paciente em contato com o vírus, em vez do material genético do agressor. Portanto, os testes sorológicos são geralmente indicados pelo menos 10 dias após o início da infecção, o que impede seu uso para fins de detecção rápida, isolamento do paciente e monitoramento de contatos. Ele também tem uma alta taxa de resultados falsos negativos.
Segundo Mayana Zatz, diretora do Centro de Pesquisa do Genoma Humano e professora da Universidade de São Paulo (USP), a nova tecnologia de sequenciamento genético já é usada em outras situações para análise de RNA, e sua grande vantagem é que, quando conectado a algum equipamento, a quantidade de amostras processadas aumenta significativamente.
“Se esse novo teste pode aumentar a capacidade de diagnóstico a um custo menor, é extremamente importante ter a opção adicional de examinar os pacientes no início da infecção, quando ainda é possível isolar a pessoa e impedir que o vírus seja transmitido a mais pessoas”, diz ele.
João Renato Rebello Pinho, coordenador do Laboratório de Técnicas Especiais do Einstein, diz que a experiência laboratorial da unidade na realização de testes genéticos facilitou o desenvolvimento da técnica. “Já tínhamos uma estrutura muito grande nesse campo, mas nos concentramos principalmente em testes relacionados a câncer e doenças genéticas. A demanda pandêmica por esse tipo de teste caiu e usamos a estrutura para desenvolver técnicas para diagnosticar doenças virais”.
Parceria
O teste deve chegar ao mercado a um custo menor que o RT-PCR, que custa R $ 250. A técnica estará disponível para pacientes hospitalares em três semanas.
Einstein diz que não descarta uma parceria com o SUS na realização de exames em laboratórios públicos.
O procedimento de coleta é o mesmo que o RT-PCR – coleta de secreções e saliva com uma haste flexível – e o resultado é obtido em 72 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.