Juiz condena militares por programa de abuso de alimentos e prostitutas 21.07.2020

A disputa entre oficiais militares e oficiais e comerciantes de alimentos, investigada pela Polícia Federal, começou a ser discutida pelos tribunais depois de quase 15 anos.

Esquema, de acordo com Ministério Público Militar, baseava-se em recibos de suborno de empresários às forças armadas para obter vantagens nos procedimentos do exército para comprar alimentos, além de fraudes em anúncios públicos e compras excessivamente caras.

O caso está em andamento desde 2006; 17. O vice-juiz federal Alexandre Augusto Quintas da JMU (Justiça Militar da União) condenou civis e militares, inclusive coronéis, a penas de prisão de até 16 anos. Segundo a investigação, os empresários trabalharam em um acordo que incluía o CMA (Comando Militar da Amazônia), a Autoridade de Abastecimento do Exército e em batalhões, como o 12º Batalhão de Abastecimento, com sede em Manaus.

O pessoal militar foi condenado por peculato (peculato em dinheiro usando o serviço público) – que no caso de classificação no código penal militar pode chegar a até 15 anos de prisão – e corrupção passiva. Na decisão, o juiz confirmou que o contato entre os entrevistados era “tão próximo” que o empresário chegou a pagar por uma festa em um motel com prostitutas para oficiais e oficiais.

relações [interceptadas] demonstre que o contato B. e C. [capitães do Exército] ela estava tão perto de J.L. [empresário] que este contratou prostitutas e organizou uma festa em um motel em Manaus para os referidos policiais
Alexandre Augusto Fazendas, juiz federal de substituição

Segundo as queixas, os capitães e major que serviram no 12º Batalhão de Suprimentos também superestimaram a compra de dois navios regionais que não eram aplicáveis. Somente durante essa aquisição, afirma o juiz, os cofres públicos, pelos valores nominais, sofreram danos de 220 mil R $.

Inicialmente, foram citados 29 militares e 10 civis que participaram dos programas. A decisão da semana passada condenou 19 soldados e 7 civis. O juiz menciona que houve a criação de um “núcleo criminoso” dentro do Comando Militar da Amazônia, comandado por um tenente que teria a ajuda de um ex-sargento. A decisão pode ser apelada.

Os militares foram pegos com escutas telefônicas, o que ajudou o judiciário e os investigadores a obter detalhes sobre as negociações. Um deles mostra que o exército pressionou um veterinário, tenente militar, a receber carrinhos de frango com intestino, considerados impróprios para consumo humano.

De acordo com uma intercepção por telefone, o capitão disse a um empresário: “O primeiro carrinho (…) encontrou o intestino no peito [de frango]mas como já esvaziei todo o meu peito, ele vai ficar, entendeu? Mas em outra carruagem, ela [veterinária] disse que se você tiver lá, você não receberá não. “O empresário responde: ‘Fale com ela, chefe, porque já estamos lá, mas acho que não haverá nada.’

Na segunda seção de recortes, empresários e militares discutem uma mudança na forma de um pregão (modalidade de licitação), que passaria de eletrônico para presencial.

Os investigadores apontam que o padrão presencial é mais favorável à organização criminosa e que a mudança foi “possivelmente” feita para ajudar os empresários e, consequentemente, facilitar as forças armadas envolvidas no plano.

Caso

A investigação começou em 2006, lançada pela Operação Saúva, lançada pela Polícia Federal em agosto daquele ano. No total, 30 pessoas foram presas sob a acusação de enganar ofertas para comprar comida para as forças armadas, refeições escolares e programas sociais do governo federal nas Amazonas.

Um dos empresários de alimentos que trabalhou no esquema considerou a PF “saúva-Rainha”, daí o nome da operação.

O Ministério Público Militar ofereceu até três recursos para o caso, que acabou sendo encerrado devido a mudanças de competências, com pedidos de suspensão da investigação pelo acusado e um pedido de habeas corpus. Dois deles relacionados a ofertas de alimentos e o outro à compra de embarcações caras e inadequadas.

Com as prisões operacionais de Saúva, “a existência de vínculos entre esse esquema e as forças de direção das Forças Terrestres em Brasília foi estabelecida e criou indicações de que programas similares construídos e usados ​​em outras agências de serviços (batalhões e batalhões do exército) existem em outros locais”, diz a queixa. .

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