Johnson & Johnson anuncia testes finais de vacina em oito países

A Johnson & Johnson anunciou hoje que iniciará os testes da fase 3, última etapa do desenvolvimento de sua vacina contra o covid-19, que deve incluir até 60 mil voluntários em oito países, incluindo o Brasil.

“Se os resultados forem positivos, a empresa espera poder entrar com um pedido de autorização de emergência junto à Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) no início de 2022”, disse a empresa em um comunicado.

A Johnson & Johnson, que se compromete a distribuir a vacina sem dar lucro, destacou que “continua aumentando sua capacidade de produção” e ainda espera poder entregar um bilhão de doses da vacina a cada ano.

A nova fase de testes deverá incluir voluntários com mais de 60 anos de idade e com doenças pré-existentes. A idade mínima para participar é 18 anos. Os testes também serão realizados na Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru, África do Sul e Estados Unidos.

A vacina, cujo nome oficial é Ad26.COV2.S, foi desenvolvida pela farmacêutica Janssen Pharmaceuticals, que faz parte do grupo Johnson & Johnson.

Os estudos com essa vacina no Brasil foram autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador do país, que aprovou testes em sete mil voluntários, distribuídos nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná , Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Norte.

A Anvisa ressaltou que os dados que embasaram a autorização “incluem estudos não clínicos com a vacina e acúmulo de dados não clínicos e clínicos de outras vacinas que utilizam a mesma plataforma Ad26”.

As fases 1 e 2 dessa eventual vacina produzida pela farmacêutica Janssen-Cilag começaram em julho, nos Estados Unidos da América e na Bélgica.

Desde junho, o Brasil participa do programa de testes de imunizante contra covid-19 desenvolvido pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz.

O Instituto Butantan, entidade científica ligada ao governo regional de São Paulo, também fechou parceria com o laboratório chinês Sinovac para testar outra vacina, batizada de Coronavac, em acordo que inclui também transferência de tecnologia e produção do medicamento se for a eficácia está comprovada.

Duas opções de vacinas desenvolvidas pelas empresas BioNTech e Pfizer também estão sendo testadas no país.

O Brasil também pode testar outra vacina desenvolvida pelo governo russo, a SputnikV, a partir de um acordo de cooperação que está sendo discutido pelo governo do estado do Paraná com o governo russo. Ainda não há autorização da Anvisa para a realização desses testes.

O Brasil é o país de língua portuguesa mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortes (mais de 4,5 milhões de casos e 138.108 mortes), atrás dos Estados Unidos.

A pandemia covid-19 já causou pelo menos 971.677 mortes e mais de 31,6 milhões de casos de infecção em todo o mundo, de acordo com um relatório da agência francesa AFP.

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