iPhone cresce durante pandemia e ameaça Huawei

Os preços são altos, têm menos variedade do que a concorrência e são vistos por muitos como uma marca de luxo. Mas durante a pandemia, o iPhone da Apple foi o smartphone que mais conquistou novos fãs em Portugal – cresceu 14% nas vendas entre abril e junho face ao mesmo período do ano passado, contra perdas de 19% da líder Samsung e 40% da Huawei, segundo dados da consultoria especializada IDC.

A gigante californiana – neste momento com vendas recordes mundiais e um valor de mercado de quase dois mil milhões de dólares – ganhou quota de mercado em Portugal, aproximando-se de marcas que, para além dos tops da gama, vendem muito mais smartphones na média da gama, como Huawei e Samsung. Se no segundo trimestre do ano passado a Apple detinha 11,2% do mercado de smartphones no país (66 mil unidades vendidas), em 2020 será de 15,1% (75,6 mil), um aumento também em relação a 13,6% do primeiro trimestre do ano.

Isso significa que, embora a Apple só anuncie o iPhone principal deste ano em setembro – que deve chegar ao mercado no final de outubro, devido a atrasos relacionados à pandemia – as vendas continuam crescendo. O novo iPhone SE, lançado a 24 de abril, é um dos principais responsáveis, já que a marca da apple conseguiu, assim, ter o seu primeiro modelo abaixo de 500 euros (€ 499 em Portugal), embora utilize um design antigo (do iPhone 8 )

Francisco Jerónimo, analista português da IDC a nível internacional, explica que a Apple beneficiou por ser “uma marca considerada fiável e que dá garantias”, pois as pessoas “evitavam sair de casa para ir às lojas e, sem experimentar novos telemóveis, preferiam qual parecia mais garantido “. Além disso, a entrada do iPhone com um custo menor “também ajudou”. “A SE contribui com 21% para as vendas do iPhone em Portugal, ficando atrás do produto mais vendido, o iPhone 11”, explica Francisco Jerónimo.

O IDC admite que a escolha pela Apple, que terá conquistado alguns utilizadores do Android, também se explica pelo facto de o desemprego não ter aumentado muito no país, e de haver funcionários públicos, com trabalho garantido.

Vendas em Portugal caem mais do que na Europa

O mercado português está em queda há algum tempo e a tendência agravou-se mesmo com a pandemia, com registos piores do que os verificados em média na Europa, afirma o IDC. A nível europeu registou-se uma quebra das vendas de 12,2% no segundo trimestre do ano, mas em Portugal foi de 15,4%.

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