Ricardo Martins e Ana Catarina Silva, bombeiros da corporação Póvoa de Lanhoso, ainda tiveram força para tratar um cão, durante o grande incêndio que estourou esta tarde numa indústria de calçado daquele concelho.
Depois de abrandado o fogo, os dois bombeiros responderam ao apelo dos donos da empresa incendiada, que procuravam um cão que julgaram dentro do edifício que tinha sido tomado pelas chamas.
Mas o cão sobreviveu quase ileso e apareceu com os bombeiros que não negaram o tratamento. Segundo Ricardo Martins ao O MINHO, o cão acabou aparecendo no final da fogueira, quando se acreditava que ele havia morrido antes da inalação da fumaça ou mesmo das chamas.
Visivelmente exaustos do combate a um dos maiores incêndios industriais da Póvoa de Lanhoso dos últimos anos, os dois bombeiros ainda conseguiram ter forças para lidar com o ‘bigeye’.
“Tratamos os animais como tratamos um ser humano, vamos encontrar forças mesmo quando eles falham”, disse Ricardo. Ele conta que o cachorro se aproximou dele e de seu colega com várias queimaduras no pelo e muito desidratado.
“Tive algumas queimaduras no cabelo mas não atingiram a pele. Cuidamos dele, mas era pouco, e não havia necessidade de alertar o veterinário ”, conta.
Além do tratamento do pelo, também tiveram que hidratar o animal que faltou por algumas horas em meio às chamas e fumaça da fábrica de calçados que queimava 50%, na área industrial de Vilela.
O incêndio na indústria do calçado foi “um dos piores de sempre” na Póvoa de Lanhoso
Estavam presentes 30 bombeiros da Póvoa de Lanhoso apoiados por 33 outros de várias corporações do distrito de Braga.