Terça-feira, 30 de junho. A última manhã do mês apresentou-se como precursora de um dia difícil para Livia Mannini, gerente do histórico Bar do Alemão, em São Paulo: a única pessoa da equipe da cozinha desviada avisou que daria um cachimbo. Livia respirou fundo e tentou encontrar o Plano B para abrir o bar às 11 da manhã para atender pedidos através do Rappi e do iFood, um aplicativo de entrega com o qual ela trabalha para garantir a sobrevivência deste um dos bastiões de samba e MPB da cidade desde 1968.
Terça-feira, 3012 de junho às 12:30 Apesar disso, o Bar do Alemão conseguiu abrir a porta a tempo, enquanto o chef substituto está pronto para preparar as refeições do dia, incluindo deliciosos pimentos em casa. Feito com recheio de pão de porco e mergulhado em molho de páprica picante, duas batatas cobertas (US $ 37,90) foram adicionadas à receita. A versão para duas pessoas carrega os mesmos itens duas vezes e custa US $ 69,84 para o iFood.
Após uma hora e meia de tempo de trabalho, pelo menos ele ainda não recebeu um pedido do iFood. Nem schnitzel peppers, nem filet à parmegiana (outra especialidade do menu), nem qualquer outro item listado no menu do aplicativo.
Ele poderia. Para um usuário que queria pedir uma refeição do Bar ao Alemão naquele dia e hora, o iFood mostrou que a instalação estava “fechada”, como podemos ver na foto da tela do aplicativo, tirada em 30 de junho às 12:37. Mas estava aberto. Apenas para o iFood, repito, foi fechado. Desde que foi aberto na terça-feira às 30:37Junho.
Entramos em contato com o iFood na quarta-feira, 1º de julho, às 11:03, por email. Pedimos o seguinte:
“Pesquisei ontem, às 12h30, procurando um bar que estava aberto a partir das 11h, e ele apareceu como ‘fechado’ no meu aplicativo. Por que isso aconteceu?”
A resposta que o blog recebeu ontem, 2 de julho às 15:23, também por email, foi a seguinte:
“O horário de funcionamento é determinado pelas próprias instituições. Como último recurso, em casos críticos em que o restaurante não consegue acompanhar a demanda ou a equipe de entrega já está em uma determinada área, esta medida está sendo adotada atualmente para equilibrar a oferta e a demanda. Isso evita grandes impactos. aos restaurantes, tanto ao trabalho quanto à avaliação de clientes que possam ter uma experiência ruim “.
Uh! Se entendemos corretamente, o iFood assume que “fecha” um negócio, mesmo que aberto. Nem instituições nem usuários estão cientes disso. E a justificativa acima se desfaz, afinal, quando ele vê que a fita está fechada, o usuário é forçado a procurar outra alternativa e pelo menos perder uma possível venda.
“As informações devem ser claras, precisas, adequadas e conspícuas. A instalação não está disponível ao fazer login. Não está fechada. São informações que devem ser divulgadas: a instalação está aberta e indisponível no momento”, informa o diretor-blog. O CEO do Procon-SP, Fernando Capez, que foi nomeado Secretário de Estado da Defesa do Consumidor por um período de 120 dias, a partir de 9 de abril, está entre as medidas do governo para combater o coronavírus.
De acordo com a situação de Fernando Capez, essa situação pode representar um abuso do lado do iFood devido à violação do direito à informação do consumidor. E pode haver uma penalidade: uma multa proporcional à receita da empresa, de acordo com a Lei de Proteção ao Consumidor.
Pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP) com proprietários de 300 bares e restaurantes da cidade de São Paulo, publicada na sexta-feira, 19 de junho, mostra que 80% dos que têm parceria com o aplicativo estão insatisfeitos. Ele reclama de taxas de abuso – 27% a 30%, dependendo do aplicativo – e a retirada de muitos objetos do aplicativo durante períodos agitados, impedindo que o cliente faça pedidos.
É chamado de “área reduzida”, um recurso que os aplicativos usam, por si mesmos, para equilibrar oferta e demanda. De acordo com a assessoria de imprensa da iFood, “durante um período de alta demanda, se um restaurante é incapaz de acompanhar ou em um determinado momento os fornecedores localizados na área têm uma alta taxa de ocupação, o iFood reduz o raio de entrega dos restaurantes com serviço completo até que seja possível equilibrar Dessa forma, evitamos influenciar a operação do restaurante, suas classificações e também a experiência do cliente “.
Nós só precisamos combiná-lo com bares e restaurantes. “O que o cliente fará? Classifique a barra para zerar o aplicativo, escalar nas mídias sociais e cancelar o pedido”, diz Livia Mannini. “É assim que é todos os dias …”
O recurso de ouro, pelo menos polêmico, que os aplicativos adotaram em um período movimentado, é “convidar” motobos para ir a bairros que estão em alta demanda, como podemos ver na reprodução da tela Rappi, gravada em um smartphone. correio da motocicleta:
Se, por um lado, os motobos vão aonde pode haver mais ofertas, na prática essa mensagem acaba esvaziando outras áreas.
Hoje de manhã, o Bar do Alemão abriu suas portas às 11h10. Ele recebeu dois pedidos para o iFood às 11:29 e um terceiro às 12:15. Às 12:19 e 12:22, no entanto, o usuário reapareceu como “fechado”.
Quanto ao dono do restaurante, às 12h28, ele sinalizou que estava em uma “área temporariamente reduzida”.
Mas o Bar do Alemão, fundado há 52 anos, que já recebeu Beth Carvalho e Paulinho da Viola por suas mesas, entre outros nomes importantes da música brasileira, foi aberto. E como diz o lema do bar, nomeado após uma gravação publicada em 1975 por Paulo César Pinheiro, Marcia e Eduardo Gudin: “é importante que nossa emoção sobreviva”.