António Horta Osório, presidente não executivo do Credit Suisse, considera que a “prioridade é reduzir a dívida”, após um período em que os governos tiveram de apoiar a economia face à crise pandémica. Sem essa redução, pode ser difícil suportar um aumento nas taxas de juros.
“Mais cedo ou mais tarde, os juros vão subir e o peso desta dívida vai ficar insuportável”, disse o banqueiro na conferência Banca do Futuro, organizada nesta quinta-feira, dia 18, pela Negócios.
Horta Osório explicou que, com uma dívida pública em Portugal que representa 130% do PIB, se as taxas de juro subirem 2%, isso significa 5 mil milhões de euros em encargos. Nesse sentido, “é uma prioridade reduzir o endividamento. Por isso teremos mais colchões na sociedade para suportar os choques”, afirmou. Por outro lado, referiu que a nova vaga da pandemia não deve travar o crescimento económico, apontando para os riscos que rodeiam a crise energética e de materiais.
Na mesma conferência, noutro painel, Miguel Maya, CEO do BCP, referiu também a redução da dívida pública como uma prioridade. “Nas finanças públicas, o equilíbrio é importante ou estamos comprometendo o futuro. Passada a fase em que era preciso sustentar a economia, agora é o momento de cuidar da casa e há espaço para isso ”, afirmou.