Lima, 5 de julho de 2020 (AFP) – O aquecimento global causou o derretimento de 51% da superfície das geleiras do Peru nos últimos 50 anos, causando a criação de novas lagoas, informou a Autoridade Nacional da Água (ANA).
“O Peru perdeu 51% de sua superfície de geleira nos últimos 50 anos devido ao impacto das mudanças climáticas nessas reservas de água sólida”, disse o relatório da ANA.
A Divisão de Avaliação de Geleiras e Lagoas da ANA (1948–2019) revela no relatório que novas lagoas associadas ao recuo de geleiras foram identificadas.
“Geleiras são ecossistemas muito sensíveis às mudanças climáticas. Nas últimas décadas, os efeitos foram mais óbvios, levando a uma redução significativa na massa das geleiras e à criação de novas lagoas”, diz a ANA.
O Peru possui mais de 8.000 lagoas em 18 cadeias de montanhas nevadas do país.
O glaciar Pastoruri, com 5.200 metros de altura e localizado na região de Ancash (norte), uma das joias turísticas do Parque Nacional Huascarán, foi o mais atingido, com mais de 50% de sua área derretida pelas mudanças climáticas.
“Entre 1980 e 2019, recuou mais de 650 metros, formando uma nova lagoa que tem contato glacial e continua a crescer”, acrescentou o relatório.
As geleiras de Uruashraju e Yanamarey, também localizadas em Ancash, recuaram em média um quilômetro entre 1948 e 2019.
O Peru possui um total de 2.679 geleiras, cobrindo cerca de 2.000 quilômetros quadrados.
Nacionalmente, a ANA monitora 13 geleiras localizadas no centro e sul do país.
O Peru tem a maior cordilheira tropical, 71% das geleiras tropicais do mundo, relata a ANA.
cm / dga / jc