A Associação do Pessoal do Banco Mundial encarregou novamente o comitê de ética de nomear Abraham Weintraub como diretor executivo da instituição e pediu uma “entrega séria” no primeiro dia de trabalho se o comitê não investigar as ações da instituição. ex-ministro.
Em nova carta publicada nesta quinta-feira (25), a associação afirma que o Weintraub está minando a reputação do banco e exigindo que o comitê de ética reconsidere sua conduta, um pedido enviado pelo grupo nesta quarta-feira (24), que o colégio rejeitou, conforme constatou Folha.
“Seria muito razoável esperar que o Banco Mundial ganhasse voz quando um candidato nos expuser a um grande risco à reputação e comprometer nossa capacidade de cumprir nossa missão”, diz o documento.
“Se o conselho de administração ou a gerência sênior não optar por ser proativo e não falar, estamos confiantes de que, quando Weintraub aparecer no trabalho no primeiro dia, ele fará uma palestra séria. Este é o dia em que os funcionários podem optar por comemorar de maneira diferente. Fique ligado.” . “
O comitê de ética do banco disse quarta-feira à noite (24) que não pode influenciar a nomeação ou eleição para o cargo de CEO e que o código de conduta só pode ser aplicado a funcionários que já estão no cargo, o que não é o caso do Weintraub.
“A partir do momento em que ele se torna funcionário do conselho, o diretor executivo está sujeito ao Código de Conduta para Funcionários do Conselho (o Código), que é aplicado prospectivamente”, diz a resposta do comitê de ética.
Em uma reunião repetida nesta quinta-feira, a associação cita o parágrafo 13 do código de conduta do banco, que, segundo um grupo de funcionários, afirma que recomendações de conduta podem ser dadas a membros que ainda não assumiram o cargo.
A associação quer que a nomeação de Weintraub seja suspensa até que um comitê de ética investigue internamente seu comportamento e declarações consideradas racistas.
Exemplos são discursos do ex-ministro sobre minorias e China, com um discurso pregando a prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
O presidente do Comitê de Ética, Guenther Schoenleitner, respondeu que o comitê compartilha os valores da associação, mas não pode atuar na prática e que o Weintruab deve ser eleito no processo de votação, que é considerado uma mera formalidade, já que o Brasil possui maioria no grupo de oito outros países. .
“[…] Nem o Conselho nem o Comitê de Ética do Conselho influenciam a nomeação ou seleção do DE [diretor executivo]”Os diretores executivos são nomeados ou eleitos pelos acionistas, ou seja, pelos estados membros”, lê a carta do comitê de ética.
Privadamente, os líderes da associação disseram à Folha que a carta contra o Weintraub era um “movimento político” para expressar o descontentamento dos funcionários em relação à nomeação, bem como um documento da quinta-feira, exigindo que os colegas reconsiderassem a pesquisa.
No entanto, eles reconhecem que sabem que o comitê de ética não deve tomar nenhuma ação concreta.
O Weintraub ainda não possui uma conexão oficial com o Banco Mundial. Ele foi indicado para o cargo de diretor executivo no conselho de administração, na presidência do grupo brasileiro, mas o processo de sua eleição ainda não ocorreu e pode levar até um mês.
O ex-ministro viajou às pressas para Miami no sábado (20), dois dias depois de ser destituído pelo presidente Jair Bolsonaro, mas sua demissão foi publicada em uma edição adicional do Jornal Oficial da União somente depois que ele entrou no território americano.
Nesta terça-feira (23), o Planalto ratificou a data de renúncia, alterando-a para sexta-feira (19).
Especialistas dizem que uma irregularidade pode ocorrer se Weintraub usar seu status ministerial para contornar as barreiras à saúde e entrar nos Estados Unidos, mas o ex-ministro também já pode ter um visto G1, necessário para trabalhar em organizações multinacionais.
Embora não cumpram os requisitos formais para se candidatar ao documento – como um contrato de trabalho ou uma nota diplomática do Banco Mundial – diplomatas dizem que ele poderia ter obtido um visto porque é ex-ministro de Estado e agenda uma reunião.