O mundo passou por muitas mudanças sociais ao longo do tempo, mas o sonho de ter filhos e começar uma família ainda faz parte da vida de muitas pessoas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade faz parte da vida de mais de 8 milhões de pessoas no Brasil. Ou seja, nem todos são capazes de dar à luz uma criança com uma gravidez convencional, seja por causa de uma mulher ou por um homem.
O fato é que a fertilidade continua a criar inúmeras dúvidas e, portanto, muitas respostas conflitantes, que podem ser lidas com apenas alguns cliques na Internet e que têm o potencial de causar um grande dano à cabeça das pessoas.
A pensar nisso, Viva Bem ouviu especialistas e separou os principais mitos e verdades sobre fertilidade.
Problemas de fertilidade
A idade feminina é mais importante que o masculino?
Depende da idade, mas em geral os especialistas concordam que sim, é verdade. O período mais fértil para as mulheres é na faixa etária de 25 a 30 anos. Então é normal reduzir a quantidade e a qualidade dos óvulos, especialmente após os 35 anos, período em que uma mulher não engravida mais facilmente devido a fatores hormonais.
No entanto, a idade do homem também deve ser levada em consideração. Isso ocorre porque já existem estudos comprovando que, com o aumento da idade, a partir dos 50 anos, tanto a qualidade quanto a quantidade de espermatozóides mudam.
As mulheres têm mais problemas com a gravidez do que os homens?
Mito. De fato, a taxa de infertilidade é a mesma para ambos os sexos. Em números, pode-se dizer que 40% dos casos de infertilidade são de responsabilidade das mulheres e 40% dos homens. Os outros 20% respondem a problemas com eles ou sem causa aparente.
Existe um dia certo para tentar engravidar?
Verdade. Uma mulher não é fértil por um mês inteiro. Hoje, porém, existem aplicativos que calculam facilmente o momento ideal para a gravidez. Geralmente, são 10 a 16 dias após o início da menstruação (se uma mulher tiver ciclos menstruais regulares de 28 a 30 dias).
Nesta fase, é comum observar um corrimento vaginal claro, como um ovo. Esse é o muco, responsável por lubrificar a vagina, o que facilita o esperma encontrar um óvulo, o que facilita a fertilização.
O uso de pílulas anticoncepcionais causa infertilidade?
Mito. O uso de contraceptivos tem a função de impedir a ovulação. Além disso, eles protegem contra alterações ginecológicas que podem até causar infertilidade em si. E a regra se aplica a todos os tipos de contraceptivos, de adesivos e anéis vaginais, a implantes – nenhum deles causa infertilidade.
Quando uma mulher para de tomar a pílula ou usa qualquer outra forma de contracepção, a função ovariana é restaurada e ela pode engravidar normalmente.
Mas é importante notar que um contraceptivo pode mascarar situações como, por exemplo, insuficiência ovariana prematura, que só pode ser detectada se uma mulher parar de tomar um contraceptivo – isso é necessário para que a doença se manifeste.
Quando tomamos, por exemplo, um medicamento antipirético, ocultamos apenas o diagnóstico real e diminuímos a temperatura com o medicamento. Mas isso não resolve o problema em si, diminui a velocidade. É o que acontece no caso de insuficiência ovariana prematura, o contraceptivo impede que a menstruação ocorra normalmente e impede que o problema se manifeste.
A endometriose causa infertilidade?
Verdade. Atualmente, a endometriose é uma das principais causas de infertilidade feminina, no entanto, segundo especialistas, há exceções. Nem todas as mulheres com endometriose são inférteis.
A endometriose pode causar alterações anatômicas nas trompas de falópio, juntamente com um processo inflamatório que pode alterar a qualidade dos ovos e o implante de embriões.
A obesidade reduz as chances de engravidar?
Verdade. A obesidade pode alterar o ciclo menstrual e, consequentemente, bloquear a ovulação. A condição inflamatória causada pelo excesso de peso também pode alterar a qualidade e o implante do embrião no endométrio. Além disso, nos homens, a obesidade também interfere na qualidade e quantidade do sêmen.
A caxumba pode tornar um homem infértil?
Verdade. Se ocorrer orquite (inflamação dos testículos), é possível que haja consequências na produção de espermatozóides, principalmente se a doença estiver infectada a partir da adolescência.
A quimioterapia e a radioterapia violam a fertilidade?
Isso pode ser considerado verdade, sim, mas não absolutamente. Ou seja, nem todos os tratamentos causam infertilidade, no entanto, podemos dizer que boa parte termina em obstrução.
A radioterapia pélvica e a quimioterapia podem ter efeitos prejudiciais nos ovários e testículos, levando uma mulher à insuficiência ovariana prematura e, da mesma forma, podem afetar a produção de espermatozóides masculinos.
Os especialistas recomendam evitar possíveis infertilidades congelando o sêmen e os ovos para as mulheres.
Ovos, embriões e sementes congelados têm prazo de validade?
Mito. Com técnicas de criopreservação de ovos, o congelamento de embriões e sêmen pode ser congelado indefinidamente. No entanto, é comum usá-los dentro de dez anos.
Os especialistas também garantem que as chances de sucesso são idênticas à idade em que foram congeladas. Portanto, quanto mais jovens os coletados, maiores as chances de sucesso.
Um homem que fez uma vasectomia não pode mais ter filhos?
Mito. Um homem que fez uma vasectomia pode ter filhos, sim. Embora a vasectomia seja um dos métodos contraceptivos mais amplamente utilizados no mundo, é possível reverter o procedimento ou até realizar a fertilização. em vitro.
Fonte: Fernando Prado, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana, diretor técnico da Clínica Neo Vita e diretor do departamento de embriologia da Labforlife; Maurício Simões Abrão, Professor Associado do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Diretor do Departamento de Endometriose do Hospital das Clínicas da FMUSP e Chefe do Departamento de Ginecologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo; Flávia Torelli, ginecologista especializada em reprodução humana, assistente médica na Huntington Medicine Reproductive e no Hospital da Mulher da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Ana Carolina Sá, ginecologista, professora da FMRP (Escola de Medicina de Ribeirão Preto), especialista.
Muito bom seus artigos sempre acompanho. obrigado por compartilhar