RIO – Há rumores nas redes sociais de que a Organização Mundial da Saúde (OMS) reverteu sua posição contra a prescrição de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 e que a agência agora se desculpa por isso. É FALSO.
A mensagem falsa diz: “Quem se desculpa pelo erro na polêmica sobre a hidroxicloroquina?” Questionado pela CBN, a Organização Pan-Americana da Saúde, o escritório regional da OMS para a América, explica que não houve mudança no entendimento da inadequação desses medicamentos para o Covid-19.
Ou seja, como não há estudos que apoiem a prescrição de hidroxicloroquina e cloroquina para conter coronavírus, embora sejam fármacos com ação em outras doenças, não são recomendados.
O site da organização diz na seção de perguntas e respostas da Covid-19, atualizada em 28 de maio: “Cada país é soberano para decidir sobre seus próprios protocolos clínicos para o uso de medicamentos. Embora a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam produtos licenciados para o tratamento de outras doenças – doenças autoimunes e malária – até o momento, não há evidências científicas de que esses medicamentos sejam eficazes e seguros no tratamento de Covid-19.
A agência entende ainda que “a evidência disponível sobre os benefícios do uso de cloroquina ou hidroxicloroquina é insuficiente” e que “a maioria das pesquisas até o momento não sugere nenhum benefício”. Ele também lembra que já existem alertas sobre efeitos colaterais relevantes dos medicamentos.
“Portanto, até que haja melhores evidências científicas sobre a eficácia e segurança desses medicamentos”, a recomendação é que “eles sejam usados apenas no contexto de estudos devidamente registrados, aprovados e eticamente aceitáveis”, diz ele.
Durante a pandemia, a OMS já havia mudado seu comportamento em relação ao uso da hidroxicloroquina em pacientes infectados pelo coronavírus. Houve testes no passado, mas eles foram interrompidos em junho, pois o conhecimento sobre o vírus aumentou e os resultados não eram promissores.
A conclusão da agência é: os resultados publicados até agora mostram que “a hidroxicloroquina não resulta em uma redução na mortalidade de pacientes hospitalizados com Covid-19, em comparação com o tratamento padrão.”
Apesar da falta de tais evidências científicas positivas, o Ministério da Saúde do Brasil está adotando um protocolo com hidroxicloroquina e cloroquina para o tratamento precoce de Covid-19 no Sistema Único de Saúde. É uma indicação para casos leves, moderados e graves.