Horas antes do jogo, um vídeo desenfreado circulou há alguns meses, mostrando seis ou sete almas desenfreadas em Moscou, acelerando seus corpos o mais rápido que podiam, correndo cerca de 60 metros para trás no campo, esmagando-se no esforço de ajudar o time depois uma bola perdida com a qual, neste caso, o Lokomotiv estava contra-atacando. Correram tanto que a jogada deu em nada, tantos e tão surpreendentes foram eles na entrada da área.
Se houvesse um vídeo para resumir a pegada que Diego Simeone cravou no Atlético de Madrid, quando o time não tem a bola, ou a perde, seria este, ao meio com todas as frases feitas ao longo dos anos ao redor da equipe: o esforço é inegociável, ter a bola nem sempre se negocia e tudo o mais que dá destaque pode ser um negócio para terceiros, desde que no final ganhe.
É o oposto da impressão digital pregada por Julian Nagelsmann no Leipzig que, como esperado, entrou em jogo se defendendo com os jogadores em 4-2-3-1, sem bola, e atacando com um 3-3-3 -1 , às vezes até com um diamante no meio do campo, trocas e baldrocas nos números que ele diz não interessarem, pois o importante é a forma como o time joga e, nos primeiros 10 minutos, colocam os espanhóis no campo área.
Porque a bola circula rápido, com poucos toques e as pessoas se movimentando na frente de quem a toca, atraindo atenção e abrindo espaços a serem explorados. Leipzig tem várias chegadas à área de fora, terminando em cruzamentos rasteiros das alas que chegam, porém, quase sempre a alguém do Atlético, que povoa a área e foi cauteloso nos passes feitos para trás, para o aparecimento de Olmo, Sabitzer ou Nkunku no tiro.
Por mais que desvalorizasse os sistemas, a flexibilidade do espaguete fazia com que Leipzig encontrasse espaços nas alas, onde seus meio-campistas se aproximavam, para combinar e cortar combinações, em grande parte por causa do modo de deus em que Upamecano, senhor de seus 21 anos, jogava, seja pelos passe vertical, ou correndo com a bola, acertando as linhas do Atlético e dando o ponto de partida para que a equipe alcance os últimos 30 metros do campo. Foi ele quem desequilibrou.
Mas, aí, fez questão de chegar aos 20, até aos 15, pois já era tarde na hora de terminar, como se todos se dedicassem à igreja para poder sempre encontrar alguém em melhor posição, e com a bola mais confortável, para ser aquele. pessoa para atirar em vez de mim. O Leipzig chegou muito na área, mas finalizou pouco e, sem bola, mesmo que se arrumou de forma a não deixar o Atlético construir no meio do campo, foi permeável por fora.
Principalmente na esquerda, onde o lateral Lodi acelerou as jogadas com o lateral Carrasco, aproveitando a compensação que um meio-campista lhe deu, recuando da posição. Os espanhóis atacaram quase apenas por aquele lado, o belga até finalizou o passe do brasileiro para o goleiro Gulácsi escanteio. Mas, para o resto, apenas nos cantos é que conseguiu ter jogadores a rematar três vezes, embora sem acertar na baliza.
Os alemães construíram, criaram e não finalizaram por um passe ruim, uma recepção ruim, um chute adiado ou uma hesitação, lesões com as quais perderam espaços e segundos perto da área do Atlético, onde os espanhóis já reuniam sete ou oito jogadores quando Leipzig decidiu algo nos últimos metros.
E a equipe de Simeone, mesmo quando decidiu pressionar forte em vez de esperar, foi derrotada pela capacidade hercúlea de Upamecano de fingir pressão sem fintas. Como costumava ter o seu jogador rodeado por dois ou três adversários, preso nas armadilhas de pressão onde o Leipzig dirigia a posse de bola espanhola.
Enquanto conduzia a sua própria bola, 10 minutos após o intervalo, puxando o Atlético para a esquerda, com a paciência certa para concentrar muitos jogadores ali e depois acelerar o passe para a outra ala, onde Marcel Sabitzer foi rápido a cruzar para Dani Olmo termina por 1-0. O espanhol foi uma das cinco opções na área, uma amostra multiplicada por cinco da bravura do Leipzig em lançar os jogadores para arriscar ser feliz em vez de temer as consequências.
Depois de sofrer o golo, João Félix entrou em campo e, como sempre, recebeu passes nas costas dos médios alemães. O Atlético manteve Diego Costa e Llorente na frente, garantindo dois centrais, colocando Carrasco em um bom pênalti sobre a linha e tentando forçar espaço para as jogadas entrarem nas recepções orientadas dos portugueses.
Ele passou a receber e girar, a colocar cueca e a mapear, a acelerar nesses espaços e a usar os jogadores para devolver mesas a ele, vir e voltar, dizia-lhes a cada bola com a bola que, aos poucos, fez o Atlético enfim, jogando um futebol fluido para o caroneiro do garoto que joga bola e faz com que os outros joguem melhor como ele o faz.
Então ele recebeu, arrancou, marcou para desmontar os adversários das posições, acelerar a área por dentro e ser engatinhado para ter o pênalti que marcou. O Atlético empatou porque com João Félix ganhou muito e parecia outra equipa – em apenas 12 minutos.
Os espanhóis agarraram o jogo, já existiam com a bola, confiavam cegamente nos passes portugueses, abriam espaços entre as linhas do Leipzig – que já pareciam lentas para reagir e demoravam a chegar à bola – e conseguiram encerrar as jogadas na área alemã.
Até que, em uma bola solta e perdida no meio-campo, Sabitzer atacou com um primeiro passe nas costas de Trippier, adormecido na maneira como fincou os pés na grama enquanto o acordado Angeliño corria para ele do lado cego. E, destravando o botão do cruzado que sempre carregava, independente da situação, lá passou uma bola para a entrada da área, onde Tyler Adams atirou a bola que foi desviada para o 2-1 entrar, aos 88 ‘.
Depois sustentaram o caos, aguentaram, lutaram quase 10 minutos e não tremeram na cara da garra, da corrida, da luta e do esforço que o Atlético devolveu desesperado, sem procurar João Félix e jogando como se ele voltasse a ter no banco, onde fica a falta de ousadia de Simeone e onde foi visto o RasenBallsport Leipzig, o primeiro nome disfarçado da Red Bull que deu a este clube alas com dinheiro e, acima de tudo, tomou uma decisão.
Ele contratou Julian Nagelsmann, que coloca um time para jogar assim, para arriscar assim e para vencer assim.