A E3 tem uma longa história de reboques que inicialmente impressionaram, mas acabaram parecendo enganosos quando os produtos finais foram introduzidos.
É por isso que todo novo trailer revolucionário apresentado no evento vem com uma boa dose de desconfiança. Finalmente, do anúncio ao lançamento, muita coisa pode acontecer: de falhas de comunicação a limitações técnicas durante o desenvolvimento. Como seria lembrar de alguns dos casos mais esquivos?
Cuidado com os cães
A Ubisoft tem uma reputação de apresentar trailers muito diferentes dos resultados finais de seus jogos. Em 2012, “Watch Dogs” prometeu mudar o que conhecemos como jogos de ação, apresentando mecânicas inovadoras e uma cidade deslumbrante e vibrante.
Quando Aisha Tyler devolveu o microfone após o trailer, o público estragou tudo. As texturas eram incríveis, a inteligência artificial parecia sofisticada e a cidade oferecia milhares de atividades e pontos para invadir. Uma doce ilusão.
O resultado final foi bem abaixo do esperado. A mecânica do hack, apesar de interessante, foi pesquisada muito superficialmente e ficou entediada durante o jogo. No geral, “Watch Dogs” foi bastante repetitivo. A cidade não parece viva no que diz respeito a esse trailer, e a inteligência artificial foi uma das maiores críticas que o jogo recebeu.
Estrangeiros: fuzileiros navais coloniais
Na E3 2011, Randy Pitchford, CEO da Gearbox, subiu ao palco para mostrar uma demo de seu novo jogo “Aliens: Colonial Marines”, que seria uma sequência do filme “Aliens”, de 1986. Os gráficos foram mostrados muito acima das expectativas de tempo, com uma jogabilidade que parecia sólida e combinava com os principais títulos de FPS da época. A inteligência artificial do alienígena parecia impressionante, com ataques coordenados em bandos, muitas vezes capturando soldados suspeitos através de dutos aéreos.
No começo, porém, era completamente diferente. Os gráficos nos consoles não estavam nem perto do mostrado no E3, resultado de uma redução significativa no valor. Além disso, o jogo e a inteligência artificial do inimigo estavam muito abaixo do esperado e prometido. O jogo recebeu uma classificação inferior a 50 no Metacritic em todas as plataformas lançadas.
Kinect (sensor de movimento do Xbox)
Na E3 de 2009, a Microsoft anunciou o Projeto Natal, que mais tarde se tornaria o controverso Kinect. Nos anos seguintes, houve vários trailers que exibiram conteúdo não realista do dispositivo, de jogos a recursos. Em 2010, os trailers, com o nome oficial já anunciado, exibiam recursos que nunca chegaram ao Kinect ou foram implementados de uma maneira muito mais discreta. O jogo “Star Wars Kinect” mostrou em 2011 interações impressionantes que nunca chegaram ao jogo final.
Mas a maior decepção ocorreu em 2009, quando Peter Molyneux, um designer de jogos fundado na série Fable, apresentou o que chamou de “Projeto Milo”. O que foi mostrado nesse trailer nunca foi implementado no Xbox 360 e nem parece possível. As interações do garoto virtual ainda são difíceis de acreditar hoje, o que mostra o quanto essa realidade estava além da realidade. Anos depois, Molyneux deu entrevistas dizendo que o Kinect não entregou nada ao nível prometido.
Divisão
Em 2013, a Ubisoft mais uma vez apresentou uma demonstração que ainda estava longe do jogo final e terminou com expectativas públicas frustrantes. Desta vez, foi com “The Division”, que foi o estúdio principal naquele ano. O trailer mostrou todas as capacidades do novo mecanismo Snowdrop, com mudanças climáticas em tempo real, física impressionante e gráficos de tirar o fôlego. A interação teatral dos atores que fizeram a apresentação também mostrou uma colaboração sólida e diversificada.
Nós só precisamos combiná-lo com os consoles, que ainda sofrem com gráficos como o mostrado naquele E3. Além de reduzir a atualização, houve uma mudança completa na interface do jogo e nenhuma jogabilidade dinâmica e variada contra inteligência artificial robusta foi entregue.
Killzone 2
A E3 de 2005 da Sony foi horrível, com um anúncio desajeitado do PS3 que quase arruinou uma geração para a gigante japonesa. A cereja no topo do bolo era um trailer de “Killzone 2”, que mostrava gráficos impressionantes, mas nada mais eram do que CG. Isso não seria um problema se a Sony não anunciasse que tudo o que é mostrado está sendo executado em tempo real no PS3.
No final de 2017, Guerrila contou essa história em um documentário chamado “Criando um amanhecer horizontal”, no qual eles disseram que tudo era um problema de comunicação entre os executivos da Sony e o estúdio. O trailer deveria ter imaginado como seria o FPS naquela geração, mas no final foi anunciado de maneira diferente no palco da E3, enganando a todos.
Repressão 3
Quando a primeira jogabilidade “Crackdown 3” foi exibida ao público na E3 2015, as expectativas eram altas. A promessa estava destruindo completamente o mundo aberto, com animações interessantes para explosões e estruturas em colapso. Com Terry Crews no comando, parecia que a agência seria um dos exclusivos exclusivos do Xbox nos próximos anos.
Na versão final, no entanto, aconteceu o contrário. O jogo teve problemas de desenvolvimento, foi adiado várias vezes e acabou desistindo das mecânicas mais interessantes da E3, deixando apenas o multiplayer para destruir o script. Com jogabilidade medíocre e alguns problemas, ele acabou recebendo um pouco de amor do proprietário do Xbox.
Motorstorm 2005
Outro título que tentou enganar os jogadores com truques de computação gráfica, “Motorstorm” foi exibido na E3 2005 com física incrível e texturas impressionantes, especialmente na lama do círculo. Mais tarde ficou claro que o trailer ainda não estava em tempo real naquele dia.
A versão final do jogo foi bastante divertida no final, mas havia pelo menos duas gerações por trás desse trailer e a Evolution Studios encerrou suas atividades em 2016.
Rainbow Six Siege
Rainbow Six: Siege é um dos melhores jogos competitivos desta geração, com uma jogabilidade tática divertida e uma ótima luta em primeira pessoa. No entanto, ainda está longe do que foi mostrado na E3 2014, quando foi lançado no mundo.
As animações dos reféns, os gráficos, a invasão do telhado, a maneira como as câmeras eram usadas, todos esses elementos eram, no mínimo, diferentes do jogo publicado posteriormente. Pelo menos na época foi anunciado que era “Alpha” e é por isso que as mudanças já eram esperadas.
Céu de ninguém
“No Man’s Sky” criou a maior confusão devido ao que foi mostrado na E3 e ao resultado final indiscutível, que só recentemente chegou perto do que foi mostrado em 2014, quando Sean Murray cometeu o erro de confirmar em voz alta e clara que teríamos jogadores multiplayer lançando um jogo processual que prometeu a Deus e ao mundo.
A realidade é que “No Man’s Sky” chegou com pouco conteúdo e acabou se tornando muito árduo. As promessas feitas nos anos de desenvolvimento não foram cumpridas e levou vários anos depois que o suporte foi lançado para o jogo girar e girar.
Hoje, é uma grande demanda, mas aqueles que experimentaram o lançamento sabem quanto custa a credibilidade das promessas do passado da Hello Games.
Halo 2
Em 2003, o Xbox foi um momento importante, consolidando sua marca de uma vez por todas e em breve apresentará um de seus títulos mais importantes, uma sequência chamada Halo 2. O primeiro trailer do jogo foi exibido meses antes da E3, que terá sua primeira demonstração de jogo. As notícias eram diversas, com veículos novos, inimigos que se tornariam franquias da franquia e um motor aprimorado.
O problema é que a Bungie ainda estava nos estágios iniciais de desenvolvimento e desenvolveu uma demo especificamente para a E3. Com esse ambiente menor e mais controlado, foi possível extrapolar as possibilidades de tempo, o que acabou deixando a apresentação da E3 muito diferente no jogo final.
Durante a demonstração, foi possível ver iluminação dinâmica, sombras e modelos com mapas normais, ambas as tecnologias que ainda estavam na época e que pareciam impressionantes na apresentação.
O produto final foi de primeira e a qualidade da jogabilidade fez de Halo 2 um dos melhores FPS para consoles de todos os tempos, mas longe das demos que estavam anos à frente de seu tempo.
Você pode listar alguns outros, como a primeira jogabilidade de “The Witcher 3”, que encontrou os gráficos bem acima da versão final. Ou até “The Last of Us”, que mostrou inteligência artificial que não enfrentou a entrega final. Portanto, esteja avisado: não importa quão maravilhosos os trailers sejam revelados na E3 2019, muita coisa ainda pode acontecer até a estreia final.