David Neeleman, antigo accionista privado de referência da TAP, “vai intentar uma acção cível contra o Estado português na qual vai pedir uma indemnização multimilionária, bem acima do mil milhões de euros”, garante o jornal Sol na sua edição deste Sábado, 12 de dezembro.
“A ação civil – a ser finalizada pela equipe jurídica do empresário de dupla nacionalidade, brasileiro e americano – será em breve ajuizada em juízo e tem por base alegados danos causados na sequência dos processos de renacionalização ocorridos em 2015 e 2020”, adianta o mesmo semanalmente.
“Esse artigo não tem a menor aderência à realidade”, reagiu David Neeleman, falando à Business.
“Declaro expressamente que não foi e não será ajuizada qualquer acção judicial ou outra contra o Estado português, que a preparação da mesma não está em curso e que não instruí os meus advogados a estudarem esta possibilidade”, garantiu o empresário.
Considerando que tais notícias “só podem ter intenções malévolas”, disse que afecta a sua “reputação e bom nome”, causando-lhe “danos de outra natureza e de grande gravidade”.
Relativamente ao pagamento de 55 milhões de euros que o Estado efectuou à Neeleman para sair da TAP, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse que o investidor tinha prestações acessórias no valor de 224 milhões de euros.
“Quando o Estado era majoritário, o setor privado pedia os 224 milhões. O Estado disputava judicialmente a obrigação de entregar esses benefícios. O que fizemos foi uma negociação, para evitar um litígio futuro e disputa sobre os benefícios acessórios” , afirmou o ministro, afirmando que “Neeleman concordou em perder 169 milhões de euros”.
As declarações de Pedro Nuno Santos foram feitas no início da apresentação do plano de reestruturação da TAP, esta sexta-feira, 11 de dezembro, que prevê que as necessidades de financiamento da companhia aérea possam ultrapassar os 3,7 mil milhões de euros até 2024.