O crescimento de 13,3% da economia portuguesa no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, foi o quarto maior de todos os países da União Europeia.
o dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat mostram que as economias mais afetadas pela pandemia no segundo trimestre também foram as que se recuperaram mais intensamente no terceiro trimestre.
França (+ 18,7%), Espanha (+ 16,7%) e Itália (+ 15,9%) foram os Estados-Membros que registaram o maior crescimento do PIB. Seguem-se Portugal e Malta, com um total de 11 países da União Europeia com taxas de crescimento superiores a 10%.
Na Zona Euro, o crescimento entre o terceiro e o segundo trimestre foi de 12,5%, o que representa a maior expansão da cadeia desde que o Eurostat recolhe estes dados, ou seja, desde 1995. A estimativa anterior do Eurostat apontava para um crescimento ligeiramente superior no terceiro trimestre (+ 12,6% )
Mesmo assim, essa forte recuperação não foi suficiente para compensar a queda de 11,7% sentida no segundo trimestre, período em que a pandemia causou os maiores prejuízos à atividade econômica.
De acordo com o Eurostat, o PIB dos países da Zona Euro ainda se encontra 4,4% abaixo do nível registado no final de 2019, estando em linha com o registado no primeiro trimestre de 2017.
Queda homóloga de Portugal acima da Zona Euro
A comparação ano a ano no terceiro trimestre mostra como a economia europeia ainda enfrenta graves restrições devido à pandemia. O PIB da Zona do Euro no terceiro trimestre caiu 4,3%.
Nesta comparação homóloga, o PIB de Portugal, como o INE já havia revelado, contraiu 5,7%, o que representa uma das quedas mais acentuadas no espaço da moeda única. Espanha (-11,7%) e Grécia (-8,7%) tiveram piores desempenhos, enquanto Itália (-5,0%) e França (-3,9%) sofreram quedas menos intensas.
Dados do Eurostat também mostram que os gastos das famílias da zona do euro aumentaram 14% em uma cadeia e caíram 4,6% ano a ano, enquanto as exportações aumentaram 17,1% em cadeia e as importações aumentaram 12,3%.
Para o quarto trimestre, as perspectivas são menos animadoras, com economistas prevendo um forte freio na recuperação devido às novas restrições que foram impostas em muitos países para mitigar os efeitos da segunda onda de covid-19.
Na Zona do Euro, o aumento de 1,0% na taxa de emprego – o maior desde o início da série histórica, em 1995 – reverte dois trimestres consecutivos (-0,3% e -3,0%).
Na União Europeia (UE), a taxa de emprego também teve, entre julho e setembro, a maior alta da cadeia (0,9%) e interrompe a trajetória de queda (-0,2% no primeiro trimestre e -2,8% no o segundo).
De acordo com o Instituto Europeu de Estatística, face ao mesmo trimestre de 2019, o emprego caiu 2,3% na área do euro e 2,0% na UE no terceiro trimestre de 2020 (após -3,1% e -2,9%, respetivamente, entre abril e Junho de 2020).
Portugal registou, no terceiro trimestre, um aumento de 1,2% na taxa de emprego face ao anterior e um decréscimo de 2,6% na variação anual, ambas acima da média.
Lusa