Nouméa, 22 de maio de 2020 (AFP) – Uma equipe de cientistas está realizando pesquisas na Nova Caledônia sobre uma nova doença bacteriana suspeita de ser transmitida por morcegos, disseram fontes médicas nesta sexta-feira (22).
Suspeita-se que seja a causa de uma nova pandemia de coronavírus, o morcego tem muitos vírus e possui um excelente sistema imunológico.
Após relatos de casos inexplicáveis de pacientes com perda de peso, febre, distúrbios hematológicos e aumento do baço, o Centro Hospitalar Territorial (CHT) da Nova Caledônia enviou amostras em 2017 ao Hospital da Universidade de Marselha (IHU).
A bactéria – Mycoplasma haemohominis – foi então identificada e encontrada em morcegos, Dr. Julien Colot, do CHT.
Chamada de febre hemolítica, essa nova zoonose afetou 15 pacientes na Nova Caledônia entre 2012 e 2019. Quatro morreram. Outros pacientes foram rapidamente curados por tratamento com antibióticos.
“Todos os pacientes, exceto um, estavam em contato com morcegos grandes, caçando ou cozinhando, e a maioria os comeu entre três semanas e três meses antes do aparecimento dos sintomas”, Dr. Sc. Colot.
Este morcego, conhecido como roseta, é um animal emblemático da Nova Caledônia, onde quatro espécies foram identificadas. Existem três endemias. Também conhecido como raposa voadora, esse mamífero, cuja caça é regulamentada, também é um prato tradicional.
A população leva muito pouco em consideração os possíveis riscos de contaminação.
Pesquisadores desenvolveram um teste para detectar essa nova bactéria, mas agora os cientistas querem entender melhor seus modos de transmissão e estender seu trabalho para áreas do Oceano Pacífico onde este morcego também está presente, como Vanuatu, Wallis e Futuna.
“Outros reservatórios dessa bactéria, como ratos, carrapatos ou plantas potencialmente contaminados com a saliva das raposas voadoras, também são suspeitos”, acrescentou o Dr. Sc. Julien Colot.
Os primeiros resultados são esperados para 2022.
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