A crise no PSL, que culminou na saída do presidente Jair Bolsonar do partido, significou que o direito estava dividido nas eleições deste ano no Rio de Janeiro. Além da divisão de legendas, o campo conservador terá dois ou mais candidatos na capital do Rio de Janeiro e em pelo menos quatro outras cidades da região metropolitana.
O fracasso em formar uma Aliança para o Brasil – uma lenda idealizada pelo presidente para as eleições deste ano – levou os estudiosos a procurar partidos para concorrer nas eleições. Pelo menos duas abreviações servirão como uma espécie de “substituto” para elas: o senador do PSD Aroldo de Oliveira e os republicanos, o prefeito Marcel Crivello.
Juntas, as cidades de São Gonçalo, Niterói, Nova Iguaçu e São João de Meriti, onde a direita está dividida, têm 2 milhões de eleitores – todos entre as seis maiores faculdades eleitorais do país, que tem 12,4 milhões de pessoas qualificadas para votar este ano.
A cisão do eleitorado conservador é um reflexo da cisão no PSL – o partido do qual o presidente Jair Bolsonaro foi eleito em 2018 e no qual o direito deveria se reunir nas eleições municipais deste ano. No Rio, o cisma dividiu a festa pela metade.
Na capital, os bolsonaristas com Crivella provocam uma bivariada
O PSL está tentando tornar sustentável o vice-prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo Amorim – conhecido por quebrar uma placa em homenagem à presidente da prefeitura Marielle Franco na campanha de 2018 -, mas acha difícil contestar um voto conservador sem o apoio da família Bolsonaro.
Amorim se aproximou do clã em 2016, quando se candidatou a vice-presidente da lista na lista liderada por Flávio Bolsonar. Ele foi o Rio com mais votos para o parlamento em 2018, depois de receber o apoio do filho mais velho do presidente.
No entanto, Amorim se distanciou de Flávi após uma batalha pública entre Jair Bolsonar e o governador Wilson Witzel (PSC), a quem o deputado estadual permaneceu leal. Pouco depois, em outubro, o parlamento decidiu permanecer no PSL durante a divisão, integrando a chamada “ala bivariada” da lenda – o nome é uma referência ao deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), presidente nacional do partido.
Na capital, o grupo político Bolsonaro formalizou recentemente o apoio à reeleição de Crivello (republicanos). Esse sinal já havia sido enviado no final de março, quando o senador Flávio Bolsonaro e o conselheiro Carlos Bolsonaro – os dois filhos mais velhos de Jair Bolsonaro – se mudaram para o partido.
O movimento previa uma tendência para os republicanos – fortemente associados à Igreja Universal do Reino de Deus – aceitarem os bolcheviques.
No PSL, o engajamento entre Crivell e Bolsonar é visto com suspeita em termos de potencial eleitoral. A estratégia de campanha de Amorim, segundo a lenda do líder, será lembrar a aliança infame do prefeito do Rio com os governos do PT – na qual ele se tornou ministra das Pescas, Dilma Roussef.
“Rodrigo é o único candidato de fato à direita hoje. Crivella era ministro de Dilmina, ele era candidato ao senador Lula. Qual é o direito que o PT apoiava?”, Ele detém.
Disputas na região metropolitana
Os dois grupos também competirão em São João de Meriti, onde o PSL nomeou o vice-professor federal Joziel para a disputa, enquanto os bolsonaristas lançaram Charles Batista – vice-político estadual Anderson Moraes – republicanos.
Em Niterói, os dois grupos apostam nos delegados da polícia federal: o PSL será representado por Deuler da Rocha, enquanto os bolsonaristas – comandados na cidade pelo deputado federal Carlos Jordy – articularão a pré-candidatura de Antonio Rayol, ligada a Pode.
Os republicanos também sediarão um pré-registro do major Rodrigues, aliado de Alan Passos, na Prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense.
Em troca da afiliação de candidatos republicanos, os bolsistas também devem apoiar o nome do deputado federal Rosângel Gomes (Republicanos-RJ) na disputa pela cidade de Nova Iguaçu. O membro do Parlamento é um dos principais representantes da Igreja Universal na política. No município, o PSL deve escolher entre o vice-sargento federal Gurgel (PSL-RJ) ou o ativista de direita Raquel Staziak.
O presidente republicano Carlos Carlos Gomes elogiou a chegada de novos aliados. “Republicanos e bolcheviques pretendem cuidar do estado”, disse ele. A abordagem de Bolsonar à Igreja Universal e aos republicanos remonta a meados de 2019, e o presidente se articulou diretamente com Edir Macedo, o fundador da denominação.
“Eu me disponibilizei”, diz o senador Arolde (PSD)
Em São Gonçal, o segundo maior colégio eletivo do Rio, os bolsistas apoiarão a candidatura do PSD e ex-deputado federal e ex-pastor da Igreja Universal, Robert Sales. A costura foi feita pelos parlamentares do Bolson Filippe Poubel (ainda no PSL) e pelo coronel Salema, que também ingressou no PSD.
Enquanto isso, o PSL ainda está decidindo entre apoiar o nome do vice-capitão de estado Nelson (Avante) ou lançar sua própria candidatura liderada pelo ex-deputado federal Ricardo Pericar.
Em troca do apoio às vendas em São Gonçal, o PSD sediou uma pré-estreia do policial militar Junior Cruz pelo município de Belford Roxo, na Baixada.
O PSD também está tentando apoiar o presidente Jair Bolsonar na candidatura do deputado federal Hugo Leal à cidade do Rio, e o pai também espera eleger vereadores em várias cidades do Rio com candidaturas de pessoas ligadas ao bolonismo.
O articulador desse movimento, o senador Arolde de Oliveira, reforça o vínculo que mantém com a família Bolsonaro desde a campanha de 2018. “É um movimento natural porque fizemos uma campanha no Rio pelos presidentes Bolsonaro e Flávi. Quando o PSL rompeu o governo federal, pessoas sem partido permaneceram. “Eu me disponibilizei para eles.” explica.