Ontem, o estado do Rio de Janeiro registrou 2.495 novos casos de coronavírus, 30 mortes e quatro partidas de futebol. Se a combinação desses dados lhe parecer estranha, não se preocupe. Você não está sozinho. O domingo do retorno ao campeonato carioca foi preenchido com “novo normal” no meio de uma pandemia.
Começando com os casos registrados no próprio torneio. Houve três resultados positivos para os jogadores do 19 Volt Redondo, revelados durante os testes antes da partida contra o Fluminense. Os atletas foram afastados da partida, mas seus companheiros de equipe, que haviam treinado com o trio no dia anterior, entraram em campo e venceram a gripe por 3 a 0. Tudo de acordo com o protocolo “Safe Game” criticado, que mostrava (outras) falhas de execução.
Não por coincidência, aqueles que se opuseram Ferj (Associação de Futebol do Rio de Janeiro), Botafogo e Fluminense, protestaram dentro e fora do campo. Enquanto alvinegros e tricolors jogavam em dois momentos diferentes no Estádio Nilton Santos (como o Fluminense se recusava a jogar no Flamengo ao lado do hospital), o Vasco jogava em casa, em São Januário. E o protocolo mostrou diferenças entre as duas praças esportivas, mostrando que ele pode não ter tanta certeza quanto o nome sugere.
Avaliações de gerentes na área
De manhã, o Botafogo entrou em campo com a legenda “Bom protocolo é o que respeita a vida”, frase semelhante ao protesto do presidente tricolor Mario Bittencourt, que também zombou de “O jogo seguro fica em casa”, usando o nome da lista de Regras da Federação para o retorno ao futebol.
Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente de Bota e que atualmente ocupa uma posição no conselho de futebol, também atirou na prefeitura, que no sábado decidiu o retorno do público aos estádios a partir de 10 de julho. “Agora ouvi dizer que os estádios serão lançados de 10 a um terço da capacidade. Aconselho a todos que tomarem um terço e rezarem muito para que nada aconteça”, disse Montenegro à SporTV.
Os dois clubes prestaram homenagem aos trabalhadores da saúde de uniforme, bem como a visibilidade da campanha #VidasNegrasImportam.
Três testes positivos no Volta Redonda
Antes da vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense, apenas uma das equipes que se opunha ao retorno ao campeonato carioca, Volta Redonda fez três testes positivos para a covid-19.
Ao chegar ao estádio, conforme exigido pelo protocolo “Jogo Seguro” da Feira, Voltaço testou uma equipe médica independente e registrou três atletas de coronavírus entre as 40 pessoas pesquisadas – incluindo funcionários e um comitê técnico.
No entanto, a partida foi disputada “normalmente”.
Na terra de Nilton Santos e planando para ‘Jogos Seguros’
O protocolo de saúde “Jogo Seguro” teve mais erros ao se apresentar no Estádio Nilton Santos do que em São Januári. Por exemplo, no Estádio Botafogo, nenhuma partida verificou a temperatura da impressora. Muitos especialistas estavam no campo.
Além do credenciamento, todos foram obrigados a enviar testes, válidos por no máximo sete dias.
A Casa Branca também não estava nas melhores condições sanitárias. Os setores que receberam a imprensa e até as áreas comuns estavam sujos. Questões de higiene foram repetidas em elevadores, corredores e banheiros. Não havia internet ou água para jornalistas.
Técnicos sem máscara
Dos seis treinadores das três grandes partidas do Rio, apenas Renê Weber (assistente de Paul Autuori) e Odair Hellmann permaneceram na máscara por 90 minutos.
Os treinadores do Vasco Ramon Menezes e Luciano Quadros (Cabofriense), Charles Almeida (Macaé) e Luizinho Vieira (Volta Redonda) não usavam proteção das vias aéreas na borda do campo, o que é obrigatório pelo protocolo.
Tabelas com dados sem dados
No Nilton Santos, apenas uma mesa trabalhou com o tempo de jogo e com os gols marcados. Mas o estádio não ativou o sistema de som e não forneceu informações básicas sobre a partida. São Januário já tinha sons da platéia, mas o placar estava completamente desligado.
Os jogadores de Macaé mediram sua temperatura e beberam álcool em suas mãos assim que desceram do ônibus. A bola rola 16h em São Januário. #PlacarUOL pic.twitter.com/If8pj1OkL0
– Leo Burlá (@leo_burla) 28 de junho de 2020
Troca de camisa
O protocolo “Jogo Seguro” diz que a troca de bandeiras e manipulação de jogadores e árbitros é vetada, mas não menciona especificamente a troca de camisas, que inicialmente parece errada do ponto de vista sanitário, pois os atletas trocam peças com suor.
O relatório notou mudanças de camisa depois de todos os jogos em que os jogadores do Rio de Janeiro estavam no domingo.
O bairro tem tudo, menos interesse em Carioca
Se em São Januário, uma área de maior densidade populacional devido à Barreira do Vasco, uma comunidade localizada perto do estádio, as aglomerações estavam nos bares e cinemas vizinhos. Muitas pessoas, é claro, querem ver uma partida, mas o fenômeno é normal mesmo sem dias de partidas.
Em Nilton Santos, no bairro do Engenho de Dentro, muita gente nem sabia voltar para o Carioca.
– Você tem um jogo hoje? De quem? Não acredito nisso – pergunta Ivan Gomes, Twitter.
Vestido com uma camiseta do Flamengo, brincava com o filho no parquinho ao lado do Estádio Nilton Santos e nem sabia domingo retorno do país, com jogos de Botafogo, Fluminense e Vasco – os dois primeiros em campo ao lado.
Perto de São Januária e Nilton Santos, os que jogavam futebol eram minoria – com exceção de 10 meninos que travaram um jogo feroz sob a estrutura metálica “Armazém do Engenhão“, o espaço mais conhecido por sediar o Samba da Feira, um evento tradicional no Rio de Janeiro.
No final da tarde, enquanto o Fluminense se preparava para tocar, a maioria dos dragões agitava o ambiente, pois o dia no Rio de Janeiro era ventoso. Também skates, bicicletas e futebol foram às ruas. Os bares tinham música, cerveja e conversa, mas a televisão continuava desligada.
Portanto, o Sunday of State Return não parecia ter uma audiência nos estádios, nem parecia atrair muito interesse fora dele.