“No momento, não há evidências de que crianças com câncer tenham maior risco, seja de contrair a doença covid-19, seja de ter formas mais graves da doença, obviamente dependendo do estágio de tratamento em que se encontram”, explicou Filomena Pereira, director do serviço de pediatria do IPO de Lisboa.
Os casos, que estão ou terminaram o tratamento e estão autorizados a frequentar a escola, devem continuar, aconselhou.
O pediatra explicou que “a gripe sazonal pode ter condições clínicas muito mais graves nessas crianças do que o covid-19”.
“Essas crianças, que estão em tratamento ou já completaram o tratamento, têm maior risco de contrair uma doença infecciosa, em caso de varicela ou sarampo e não é por isso que deixam de ir à escola”, exemplificou.
A exceção à regra são crianças que se encontram na fase inicial do tratamento, “porque estão há muito tempo internadas e estão muito debilitadas”, ou crianças que, além do câncer, têm doenças cardíacas ou respiratórias.
Os especialistas do IPO de Lisboa desenvolveram orientações genéricas sobre a frequência escolar de crianças com cancro com base numa investigação bibliográfica dos riscos de infecção pelo covid-19 nestes casos.
O conhecimento médico-científico atual mostra que, em comparação com os adultos, as crianças costumam ser assintomáticas ou apresentam doença menos grave, com taxas de transmissão “menores” abaixo de 10 anos.
Segundo especialistas, a reabertura de escolas não deve aumentar excessivamente as taxas de infecção, já que os contágios costumam acontecer dentro das famílias.
Seguindo as orientações gerais da Direcção-Geral da Saúde, o IPO recomendou o uso de máscara a partir dos dois anos, sempre que o filho obtivesse sucesso, o ensino da higiene das mãos regular e regras à distância na escola e em casa ao doente ou irmãos e a administração da vacina contra a gripe para quem mora na mesma casa.