Na França, a situação também está se deteriorando. Mais de 4.500 novos casos de COVID-19 foram notificados nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados pelo Serviço Público de Saúde. Foram registrados 4.897 novos diagnósticos positivos, contra 3.602 no sábado.
“Estamos em risco” antes do COVID-19, alertou o ministro da Saúde, Olivier Véran, em entrevista ao Journal du Dimanche. “O risco”, ele insistiu, “é que, depois de remover cuidadosamente a tampa da panela, a água volte a ferver.”
No entanto, como na Itália, uma reconfiguração geral não está nos planos, com as autoridades nesta fase favorecendo medidas locais e prometendo controles reforçados. Controles como os realizados pela polícia na noite de domingo em Paris, à margem da transmissão da final da Liga dos Campeões entre PSG e Bayern de Munique.
De acordo com a polícia, 274 pessoas foram multadas por não usarem máscara, especialmente em um bar evacuado próximo à Champs-Elysées.
No total, desde seu aparecimento em dezembro passado na China, a pandemia matou pelo menos 809.255 pessoas em todo o mundo, de acordo com um balanço estabelecido pela AFP com base em fontes oficiais.
Os Estados Unidos são o país mais afetado, com 176.809 mortos. Em seguida, vieram o Brasil (114.744), o México (60.480), a Índia (57.542) e o Reino Unido (41.423).
Engarrafamentos na fronteira
Diante da retomada do número de casos, as restrições aumentaram nas últimas semanas em todos os continentes, da Coreia do Sul à Finlândia – onde entram em vigor medidas rígidas de controle de fronteira nesta segunda-feira – passando pela capital paraguaia.
Desde domingo, os cerca de dois milhões de habitantes de Assunção e seus subúrbios estão impedidos de circular livremente das 5h às 20h, em uma “quarentena social” prevista para durar até 6 de setembro.
A restauração de certas medidas não ocorre sem confrontos e tensões. Os rigorosos exames de saúde introduzidos no fim de semana por Viena, na fronteira com a Eslovênia, causaram congestionamento maciço e despertaram a ira da polícia eslovena e a preocupação da Croácia.
Mais tragicamente, a chegada da polícia para fazer cumprir o toque de recolher de saúde em vigor em Lima, capital do Peru, causou confusão em um bar noturno, que resultou na morte de 13 pessoas neste final de semana, onze delas infectadas com o coronavírus.
Paralelamente à retomada de controles e restrições, a vida retomará seu curso normal nesta segunda-feira na Irlanda do Norte com a reabertura de escolas, pela primeira vez desde março.
Em Mianmar, o respeito pelo distanciamento social se tornou um quebra-cabeça nos campos superlotados onde Rohingya está confinado. Durante a semana passada, foram identificados 48 casos de coronavírus em Sittwe, capital do estado de Rakhine, onde estão registrados mais de 10% do total de cerca de 400 casos registrados até agora no país.
“Se o confinamento for imposto por muito tempo, precisaremos de ajuda”, explicou um rohingya, Kyaw Kyaw.