“Vamos fazer de tudo para garantir finanças públicas saudáveis”, disse António Costa, evocando o famoso “tudo o que for preciso” de Mario Draghi que foi fundamental para dar confiança à zona euro na altura da crise da dívida soberana. O primeiro-ministro defendeu que “é necessário garantir um mix de políticas que não comprometa a recuperação económica e, pelo contrário, a fortaleça”.
Ele também disse que o objetivo de manter as “contas certas” não é contra o aumento do investimento. “Reduzir o défice e a dívida não é um constrangimento, é um objectivo que temos articulado com o aumento do investimento, dos salários, das pensões. Estas são as contas certas”, sublinhou Costa. O primeiro-ministro falava no mesmo dia em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, se reunia com o Conselho de Estado para deliberar sobre a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições antecipadas, na sequência do Orçamento do Estado apresentado por o Governo até 2022.
Uma das principais críticas feitas pelos ex-sócios de esquerda, PCP e BE, em relação à estratégia do Executivo socialista foi manter como prioridade a redução do défice e da dívida pública, em detrimento de mais apoios ao famílias e empresas, e mais financiamento para serviços públicos.
Costa diz que o país teve o maior investimento empresarial de todos os tempos
Costa defendeu que a estratégia socialista permitiu baixar os custos de financiamento do país em três mil milhões de euros, face a 2015, e que o governo conseguiu resolver outros défices estruturais da economia, como a falta de qualificação.
O primeiro-ministro referiu que no primeiro semestre deste ano “se registou o nível mais elevado de investimento empresarial em Portugal” e sublinhou a importância das medidas tomadas para reagir à pandemia.
Posteriormente, defendeu que serão essenciais iniciativas de âmbito europeu, nomeadamente, a manutenção de condições de financiamento acomodatícias e de programas como o SURE e NextGeneration EU. António Costa defendeu ainda que o país deve retomar a convergência com os parceiros do euro, aproveitando para isso o PRR e o SURE.
(Notícias atualizadas às 12h08 com mais informações)