Já se sabia que o Ministério Público Federal estava lutando em uma guerra. A novidade é que a troca de feridas criou uma fratura exposta. Nos seis anos de sua existência, Lava Jato reuniu inimigos poderosos. Eles não liquidaram a operação, mas conseguiram enfraquecê-la. O procurador-geral da República, Augusto Aras, sinaliza a intenção de encerrar a demolição.
Em uma decisão individual proferida em todo o tribunal, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli colocou Aras nos arquivos secretos de Leo Jato Curitiba, Rio e São Paulo. O procurador-geral passará por uma república podre, mas apenas por renúncia. O objetivo do passeio é explorar o trabalho dos pesquisadores, não combater a podridão.
Por trás da briga há uma luta pelo poder. Os promotores de primeira instância estimam que Aras está a serviço de Jair Bolsonar. O procurador-geral acredita que a gangue Lava Jato, especialmente uma filial de Curitiba, está fraudando as reivindicações eleitorais de Sergio Moro. Os corruptos assistem à cena em que o promotor se dá um soco na cara com a convicção de que eles não estão esperando por eles. Eles ganham.
Dias Toffoli provou ser um trabalho barulhento de plantão. Há um ano, no comando do recuo em julho de 2019, ele suspendeu o processo de filmagem, sob o pretexto de que Coaf não podia compartilhar os dados de transações bancárias de Flávio Bolsonaro com o ministério público do Rio de Janeiro.
Na mesma remessa, Toffoli aproveitou a oportunidade para congelar todos os processos protegidos pelos dados da Coaf em todo o país. Ele destacou as ações “imprudentes” de promotores e demandantes que lidaram com os relatórios do órgão de controle sem ordem judicial. O congelamento durou continuamente por seis meses.
Quando o caso foi entregue à sessão plenária, a decisão de Toffoli se mostrou imprudente, não as ações dos investigadores. Com uma votação favorável do próprio Toffoli, a sessão plenária do Supremo Tribunal avaliou a migração de dados sobre movimentos suspeitos como absolutamente constitucional.
Agora, Toffoli está mergulhando no campo do colega Edson Fachin. O repórter Leo Jato na Suprema Corte, em Fachin, decidirá sobre o pedido de Aras. O pedido do procurador-geral não foi tão urgente que ele mal podia esperar pelo fim de suas férias em agosto.
Dada a história da cidade Fachin, não é absurdo supor que ele evitaria a solidão. Ele apresentará o pedido do Procurador do Estado na sessão plenária do Supremo Tribunal, votando contra a alegação de Aras de que existe Acesso indiscriminadamente para com os arquivos de Lava Jato.
As injustiças aprovadas durante as férias devem ser apresentadas em um referendo dos outros dez ministros. Toffoli parece antecipar que a transferência completa dos dados do grupo de trabalho para Brasília é um jogo no Supremo Tribunal Federal. Se você estiver certo, Lava Jato terá uma nova direção. O curso do pântano. O objetivo de Aras é remover o logotipo.